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Carlos Lopes: O futuro do planeta está na África

Ex-secretário executivo da Comissão Econômica para a África da ONU foi o convidado da 12ª edição da série Conversas Sobre África


Carlos Lopes: O futuro do planeta está na África

Carlos Lopes e Tamires Sampaio, diretora do Instituto Lula. Foto: Ricardo Stuckert

Em 2050, mais da metade dos jovens abaixo de 20 anos serão africanos. Num cenário de envelhecimento dos países desenvolvidos e até mesmo do Brasil, o futuro do planeta está no continente africano. "Não dá para continuar decidindo o futuro do planeta sem conversar e sem levar em conta quem estará lá, no futuro. E esses são os africanos", defende o professor guineense Carlos Lopes.

O economista Carlos Lopes, ex-secretário-executivo da Comissão Econômica para a África da ONU, foi o palestrante convidado do 12º encontro da série "Conversas sobre África" do Instituto Lula, na tarde desta segunda-feira (14). Carlos Lopes nasceu na Guiné-Bissau, foi secretário-executivo da Comissão Econômica para a África da ONU e atualmente é professor na Universidade da Cidade do Cabo e na Martin School, da Universidade de Oxford e atua como consultor em países africanos.

Participaram da conversa conselheiros do Instituto, representantes do movimento negro e convidados. Carlos Lopes, que já participou de outros encontros da série e faz parte do Conselho África do Instituto Lula apresentou o cenário econômico da África e analisou brevemente as mudanças nas relações Brasil–África após os governos Lula.

Durante os governos Lula, o Brasil ampliou suas relações comerciais e diplomáticas com todas as regiões do planeta. Ao mesmo tempo em que o fluxo comercial quase triplicava com a Europa e duplicava com os Estados Unidos, o Brasil ampliou suas trocas com a África (3,4 vezes), com o Oriente Médio (3,8 vezes) e com a Ásia (6,6 vezes). Só na África, o Brasil abril 19 novas embaixadas, um escritório regional da Embrapa, serviu de modelo para implantação do Programa Aquisição de Alimentos, Programa Mais Alimentos. Em cooperação com  a Fiocruz e o governo de Moçambique, ajudou na implantação de uma fábrica de medicamentos contra Aids em Moçambique, além da Universidade Aberta de Moçambique. Isso para citar apenas algumas ações. Finalmente fazia jus a seu lugar no mundo tornou-se um protagonista no cenário diplomático internacional.


"Num cenário desse, nada mais comum do que as empresas que estavam se expandindo dentro do Brasil começarem um processo de internacionalização", relatou Carlos Lopes. Mas o cenário hoje está completamente mudado. "As empresas brasileiras deixaram o continente africano e em seu lugar, além dos chineses, estão especialmente as empresas turcas, que souberam aproveitar os vazios deixados pelos brasileiros".

A retomada das relações Brasil–África é um desafio para o futuro próximo, até mesmo porque a África será a região mais jovem do mundo nas próximas décadas.

Para conhecer mais políticas públicas internacionais durante os governos Lula, visite o site Brasil da Mudança. 

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