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Comida produzida na África para africanos: inspiração brasileira

FAO reforça compromisso com a segurança alimentar em países lusófonos. Programas brasileiros como PAA e Merenda Escolar são modelo e estão dando resultado


Comida produzida na África para africanos: inspiração brasileira

Mulheres em plantação em Angola. Foto: FAO

Incentivar a produção local e familiar para atender às necessidades nutricionais das próprias comunidades. A ideia nasceu no Brasil, com o PAA (Programa Aquisição de Alimentos), mas hoje já faz sucesso na África. Parece simples, mas foi uma revolução no Brasil, onde hoje 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros são provenientes da agricultura familiar. Na África, só na primeira fase de implementação, o PAA-Africa (Purchase from Africans for Africa) conseguiu um aumento de produtividade de 114% e mais de mil toneladas de alimentos foram adquiridas por meio do programa. 

Durante almoço de comemoração para celebrar os 20 anos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o diretor-geral da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, destacou que a parceria entre a FAO e o bloco tem como objetivo levar o programa de compras da agricultura familiar aos países lusófonos e vinculá-lo ao programa de merenda escolar.

No encontro, realizado em Roma, Itália, na última quarta-feira (20), Graziano também destacou a Década da Nutrição (2016-2025), aprovada no ano passado pela Assembleia Geral da ONU. O documento reconhece a necessidade de erradicar a fome e combater a desnutrição em todo o mundo. Segundo a FAO, no mundo inteiro, cerca de 800 milhões de pessoas permanecem subnutridas e mais de 2 bilhões sofrem de deficiências de micronutrientes.

Graziano lembrou que, nos últimos anos, a FAO tem apoiado diversas iniciativas de cooperação como o PAA África (Programa de Aquisição de Alimentos para a África), que inclui Moçambique, e o Fundo Fiduciário de Solidariedade Africana (criado para reunir recursos das economias mais fortes de África e apoiar todo o continente em iniciativas de segurança alimentar).

Em março de 2014, Graziano e o moçambicano Murade Isaac, secretário-executivo da CPLP, assinaram um acordo para apoiar a implementação da Estratégia Regional CPLP para a Segurança Alimentar e Nutricional. No início de 2014, também foi lançada a Campanha “Juntos Contra a Fome na CPLP”,  com o objetivo de mobilizar fundos para financiar projetos no âmbito da Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional do bloco.

Juntos, os nove países da comunidade (Brasil, Portugal, Timor Leste, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné Equatorial) concentram mais de 264 milhões de habitantes. A Guiné Equatorial (que usa o espanhol como língua oficial) foi o último país a entrar no bloco, em 2014. A cooperação política e a promoção da língua portuguesa são os pilares da comunidade. 

Conheça o PAA África 
Inspirado pela experiência brasileira bem-sucedida do “Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)”, o programa foi concebido para apoiar os esforços globais de erradicação da fome e da desnutrição, e representa uma oportunidade estratégica para cooperação horizontal com os países africanos. Através de uma abordagem de multi-stakeholders que uniu a FAO, o PMA, especialistas brasileiros e do Departamento do Reino Unido para o Desenvolvimento Internacional, o PAA África se beneficia com a experiência desses parceiros estratégicos em colaboração. Saiba mais em http://paa-africa.org .

PAA África representa um esforço para promover o desenvolvimento, unindo o fortalecimento das capacidades produtivas da agricultura familiar com a realização do direito humano à alimentação adequada – que no Brasil é constitucionalmente garantido. O programa surgiu a partir de um compromisso assumido pelo governo brasileiro durante o “Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural”, organizado pelo país em maio de 2010 para reforçar a sua parceria com os países africanos nos temas da agricultura e da luta contra a fome.

Conheça a Iniciativa África do Instituto Lula
O governo Lula (2003-2010) mudou a prioridade da política externa brasileira e trabalhou para ampliar as relações entre o Brasil e os países africanos. Foram 33 viagens presidenciais ao continente, com a criação de 19 novas embaixadas. Depois que deixou o governo, Lula elegeu a troca de experiências no combate à fome e a pobreza com continente africano como um dos eixos principais do instituto que leva seu nome. Conheça mais sobre a Iniciativa África do Instituto Lula: http://institutolula.org/africa/iniciativa 


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