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Livro resgata história de sargento assassinado pela ditadura


Livro resgata história de sargento assassinado pela ditadura

Em agosto de 1966 corpo do sargento Manoel Raimundo Soares foi encontrado boiando às margens do rio Jacuí, em Porto Alegre, com as mãos amarradas e marcas de tortura pelo corpo. O Caso das Mãos Amarradas, como ficou conhecido, chocou a opinião pública e deixou evidente a violência contra presos políticos praticada nos porões da ditadura. 

Cinquenta anos depois desta morte brutal, o jornalista e escritor Rafael Guimaraens resgata a trajetória do sargento no livro "O Sargento, o Marechal e o Faquir”. A publicação será lançada nesta quinta (11) na capital gaúcha e traça um perfil do personagem, que era ligado ao ex-governador Leonel Brizola e teve sua prisão decretada logo depois do golpe. Por isso, passou para a clandestinidade.

Nascido de uma família muito pobre de Belém do Pará, Manoel Soares mudou-se para o Rio de Janeiro para servir ao Exército e se tornou um dos líderes do movimento dos sargentos pelas reformas de base, durante o Governo João Goulart, e contra a ditadura implantada em 1964, após sua expulsão do Exército.

Preso em Porto Alegre por dois militares à paisana em março de 1966, foi levado ao Dops e em seguida transferido para a ilha-presídio existente no rio Guaíba. Em 13 de agosto, retornou ao Dops. Foi morto sob tortura quando estava sob responsabilidade do Estado.

As investigações responsabilizaram o DOPS gaúcho pelo crime, mas somente 30 anos depois sua viúva conseguiu responsabilizar a União pela morte de Soares. Pelo menos 379 militantes seriam assassinados por agentes da repressão durante o regime militar.

Clique aqui para saber mais sobre o livro .

Conheça a história de lutas do povo brasileiro no Memorial da Democracia: http://memorialdademocracia.com.br/card/sargento-morre-de-maos-amarradas 


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