Doe Agora!

Moradores de Brasília Teimosa relatam melhorias

Bairro pobre de Recife que possuía palafitas foi reurbanizado e muitos melhoraram de vida com ajuda do Bolsa Família e Prouni


Moradores de Brasília Teimosa relatam melhorias

Edvaldo escreveu uma carta a Lula pedindo uma fábrica de gelo. Pedro Sibahi/Agência PT

Por décadas, centenas de moradores do bairro de Brasília Teimosa em Recife (PE), próximo do centro histórico, viveram em palafitas de madeira, em condições insalubres. Após o governo Lula, a região passou por um processo de reurbanização que valorizou a comunidade, enquanto a população pode melhorar de vida com programas como o Prouni e Bolsa Família.

Erinalda Maria da Silva morava na área de palafitas desde os anos 1990, e foi ela quem recebeu o ex-presidente Lula quando ele foi visitar o bairro após a eleição em 2003. Hoje ela tem uma casa no conjunto habitacional no Bairro de Cordeiro.

“Fiquei aguardando, mas só acreditei quando ele foi”, conta Erinalda sobre a visita. “Ele chegou e perguntou a mim o que eu queria. Eu pedi a ele primeiramente uma moradia digna, que ali não era local adequado para a gente morar, não tinha saneamento básico, não tinha um banheiro, não tinha como sobreviver”.

Ela relata que o então presidente falou: “Acredite que eu vou tirar vocês daqui”. Erinalda ainda conta que brincou perguntando se ele não iria esquecer, e Lula garantiu que não esqueceria. “Ele realmente fez a parte dele. Foi muita emoção naquele dia”.


Erinalda Maria da Silva recebeu Lula em sua casa em 2003. Foto: Pedro Sibahi/Agência PT

A ocupação de Brasília Teimosa, começou nos anos 1950, época de construção da capital federal, que acabou inspirando o título da comunidade. O sobrenome “Teimosa” veio da teimosia dos moradoras, que resistiram à diversas tentativas de expulsão.

Três anos após a visita de Lula, em 2006, foram entregues no Bairro Cordeiro 224 moradias para a população que vivia em palafitas e outras 280 já estavam em construção. Também foram investidos R$ 9 milhões na reurbanização da orla de Brasília Teimosa. Agora em 2017 o ex-presidente retorna ao bairro para escutar novamente os moradores.

“Para Brasília Teimosa foi um marco, a realidade de um sonho de muitos, de ver a realização de um sonho da orla de Brasília Teimosa. Porque muitos vinham, diziam que iam fazer, depois não tinha verba, que não podia. Lula foi o único que veio, que disse que ia tirar, e que fez” afirma a professora de educação física aposentada e moradora da comunidade há 40 anos, Celeste Maria Mendonça.

“As pessoas sofriam muito com a pancada do mar, eles eram como se fosse nosso paredão. Inclusive em maré alta a gente tinha que correr, pegar família, amparar dentro de casa, porque castigava bastante as suas palafitas e muitas caiam”, relembra.


Aurieta Duarte Xenofonte coordena o centro educacional profissionalizante do Flau. Foto: Kamilla Ferreira/Agência PT

Com 78 anos de idade, a coordenadora do Centro Educacional Profissionalizante do Flau, Aurieta Duarte Xenofonte, conta que “havia um déficit muito grande de moradia e Lula teve a coragem de urbanizar Brasília Teimosa junto com João Paulo, prefeito da época”.

“A nossa Brasília se tornou um cartão postal de inclusão social. Com toda essa situação que a gente vivia, de mais de mil palafitas, era muito complicado, muito difícil e hoje a gente vê Brasília Teimosa bem por causa da orla que Lula fez”.

“Temos uma gratidão muito grande por Lula, porque toda essa mudança em Brasília Teimosa foi por causa de toda a força que Lula deu para o bairro, aqui foi muito valorizado, muita gente conseguiu aumentar sua renda”, explica Aurieta.

Apoio ao pescador artesanal

Os pescadores de Brasília Teimosa receberam um presente especial de Lula durante o primeiro governo de Lula. Edvaldo Martins da Silva, 58 anos, 35 dos quais em Brasília Teimosa, era presidente na associação local de pescadores quando Lula visitou a região da primeira vez.

“Ele veio fazer visita com o prefeito da época, o João Paulo, nas palafitas, que era uma coisa caótica que tinha aqui. No mês de agosto, quando a maré grande vinha, o mar derrubava barracos, invadia os barracos, e a gente ficava tudo inquieto, ia para o conselho de moradores, era como se fosse uma enchente”, relembra.

Edvaldo conta que teve a ideia de pedir uma fábrica de gelo a Lula, e escreveu uma carta que acabou sendo entregue pelas mãos da deputada Benedita da Silva, do Rio de Janeiro.

O ex-presidente da associação de pescadores conta que “em 18 dias veio um representante da prefeitura do Recife, com o Secretário de Desenvolvimento Econômico, viu a necessidade do gelo e meses depois foi liberado crédito para a fábrica de gelo e também um píer”.

“A gente ia para o mar e tinha que vir no mesmo dia, às vezes chegava com o peixe até estragado. Hoje em dia para a gente ir pro mar, a importância do gelo é tanta quanta do anzol”.

“A gente queria o tempo todo agradecer o Lula e agora ele vai vir aqui para a gente agradecer ao vivo. Isso é de suma importância, e de repente continuar o trabalho para que ele possa fazer mais, para outras pessoas que precisam, pra gente que realmente quer trabalhar”, acrescenta Edvaldo.

O atual presidente da associação, José Carlos da Cruz, elogia o apoio que Lula deu para a comunidade afirma que “o único presidente que esteve aqui foi ele. Que a população de Brasília Teimosa conhece só Lula. Foi o único presidente que chegou aqui e abraçou a comunidade de Brasília Teimosa”.

Lula pelo Brasil

A viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos estados do Nordeste, entre agosto e setembro, é a primeira etapa de um projeto que deve alcançar todas as regiões do país nos meses seguintes.

Por Pedro Sibahi, enviado especial ao Nordeste com a caravana Lula pelo Brasil, para a Agência PT de Notícias

RECOMENDADAS PARA VOCÊ