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Não é Lula, é o Brasil que está na prisão

Atriz se emocionou com a garra da militância, falou que apoia a luta pela liberdade de Lula, convocou artistas a visitarem o local e parabenizou a mídia alternativa


Não é Lula, é o Brasil que está na prisão

Foto: Gibran Mendes

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Por Andre Accarini
Para o Portal CUT 

A organização que se traduz no espírito de luta e resistência das pessoas no Acampamento Marisa Letícia, em Curitiba, tem ganhado o apoio de diversos segmentos da sociedade.

Na manhã desta quinta-feira (3), a atriz Lucélia Santos visitou o local e ficou encantada com a maneira como centenas de trabalhadores e trabalhadoras enfrentam a rotina da luta pela liberdade do ex-presidente Lula, isolado e mantido como preso político desde o dia 7 de abril, em uma sala da sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) da capital paranaense.

Acompanhada da presidenta da CUT-Paraná, Regina Cruz, Lucélia caminhou pelo acampamento, instalado em um terreno no bairro Santa Cândida, nas proximidades da PF, e se mostrou surpresa com a garra dos acampados.

Ela conheceu a barraca de comunicação, os alojamentos e a cozinha, onde todos os dias, a alimentação é carinhosamente preparada com produtos doados vindos de todo o país.

“Isso tá bom demais, é comida boa, é comida do bem”, disse Lucélia, ao experimentar o tempero.

GIBRAN MENDESGibran Mendes
Atriz Lucélia Santos visita a cozinha do Acampamento Marisa Letícia

A voz do povo pela voz dos artistas

A atriz, conhecida por interpretar papeis marcantes no cinema e na TV - como a Engraçadinha de Nélson Rodrigues e a Escrava Isaura, adaptação de Gilberto Braga da obra de Bernardo Guimarães -, conversou com pessoas, ouviu histórias e se encantou com a fé da militância.

Em uma das tendas, Lucélia recebeu o carinho dos militantes e, em breve conversa, alertou sobre a importância de a classe artística apoiar a luta de solidariedade e em defesa da liberdade de Lula.

“Somo minha voz ao acampamento e acredito que os artistas que estão do lado do povo e que apoiam essa luta, deveriam vir aqui para compartilhar dessa energia, dessa fé, para vocês continuarem, porque a única coisa que temos agora é essa resistência”, disse a atriz.

GIBRAN MENDESGibran Mendes

Segundo ela, por serem figuras públicas e em sua grande maioria, terem o carinho do povo, esses artistas podem mostrar para a sociedade esse lado da história que a imprensa conservadora não conta.

“É importante os artistas de manifestarem por duas razões. Tudo que acontece aqui, a gente tem dificuldade de comunicar à sociedade que odeia o Lula. Tem uma parte da sociedade que nutre esse sentimento. Essa parcela raivosa, com ódio, intolerante, não tem noção das coisas que estão acontecendo”.

Para Lucélia, o que a militância faz em Curitiba hoje é o que se tem de “esperança democrática de que o Brasil possa ter uma eleição com Lula na disputa”.

Ela lamenta que o dia a dia do acampamento não seja notícia na  mídia conservadora. Para ela, isso é esconder a força do povo.

“A mídia tradicional não mostra o que acontece aqui, não mostra a cara de vocês, a organização, a força do povo resistindo, lutando na rua, defendendo o Brasil”.

Ela elogiou o trabalho feito pela mídia alternativa que, em contraponto à narrativa da mídia tradicional, faz o papel democrático de resistir e informar o que é de interesse de toda a sociedade brasileira.

“Contamos com vocês, com a mídia alternativa, e vocês podem contar com os artistas que, como eu, se dispõem a vir aqui. Esse é nosso papel: mostrar quem são vocês, o que estão fazendo, contar que estão fazendo a história do Brasil, resistindo e defendendo a democracia. Podemos ser um instrumento de comunicação”.

Parte da família: Somos todos Lula

Em conversa com a reportagem do Partido dos Trabalhadores, Lucélia contou que se sente parte da família de Luiz Inácio Lula da Silva.

“Cresci em Santo André, vi toda a mobilização do movimento sindical da janela da minha casa. Meu pai era amigo do Lula. Já conversei com os filhos do presidente e transmiti meu carinho”, disse a atriz, que complementou: “desde aquele tempo já sabia que Lula era uma pessoa forte, resistente. Por isso, acredito que Lula deva permanecer assim, saudável”, apesar de estar sendo submetido a uma das piores formas de tortura “a que encontraram para ‘judiar’ de Lula que é mantê-lo encarcerado em um local solitário”.

"O que eles querem é isso mesmo", diz a atriz se referindo ao isolamento de Lula, que ficou mais de 20 dias impedido de receber amigos, só familiares e apenas uma vez por semana.

A atriz critica essa decisão da justiça, especialmente porque Lula está acostumado a falar o dia inteiro, com vários tipos de pessoas, a debater, negociar, discorrer sobre todo tipo de tema.

“Lula não tá acostumado a ficar sozinho. É família, militância, amigos, desde sempre teve isso, e pegar um cara desse, botar numa solitária, com ‘basculantezinho’ e não deixar ele receber pessoas como o teólogo Leonardo Boff, o Eduardo Suplicy e Adolfo Perez Esquivel [prêmio Nobel da Paz, em 1980], além do afeto de quem esteve com ele a vida inteira, é a maior forma de tortura que podiam escolher com uma pessoa com as características dele”.

Manter Lula encarcerado é a pior tortura que se pode fazer com uma pessoa como ele.- Lucélia Santos

Lucélia expressou sua emoção com o acampamento, sobre a alegria de ver a organização e a luta, mas ao mesmo tempo, a angústia da prisão.

“Fico feliz de estar aqui. É bárbaro! Mas, ao mesmo tempo, levo uma dor comigo. É pesado e isso tem que tocar o coração das pessoas. O Brasil está dividido e a sensação é de que não é Lula e, sim, o Brasil que está na prisão”

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