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Não vou trocar minha dignidade pela liberdade


Não vou trocar minha dignidade pela liberdade

Ex-ministros Franklin Martins e Celso Amorim. Foto: Ricardo Stuckert

O ex-presidente Lula está consciente das manobras políticas não apenas para mantê-lo preso, mas também para impedi-lo de falar. Lula segue firme após quase 100 dias de prisão e determinado em não trocar sua dignidade e sua inocência pela liberdade. Os ex-ministros Celso Amorim (Relações Internacionais) e Franklin Martins (Comunicação Social) visitaram Lula na tarde desta quinta-feira (12) em Curitiba e conversaram com a imprensa à saída:

Celso Amorim:

"Eu não posso deixar de expressar minha emoção. É a terceira vez que venho aqui, mas a primeira vez em que vejo o presidente em quase 100 dias depois da prisão. É uma coisa muito emotiva. Ele disse uma frase muito importante: 'Eu não vou trocar minha dignidade pela liberdade'. Isso é uma coisa que as pessoas têm de entender, porque explica porque o presidente Lula quer ser candidato a presidente. Ele está convencido de sua inocência, está convencido que o Brasil precisa reencontrar esse caminho da busca pela igualdade, da busca pela justiça social e ele falou muito na questão da soberania nacional. Ele está indignado com a maneira como a soberania nacional está sendo achincalhada através da dilapidação total dos nossos patrimônios. Até a Amazônia está sendo exposta a estrangeiros, a questão da Petrobras, o incomoda muitíssimo o que está acontecendo na Petrobras, o incomoda muitíssimo o que está acontecendo com a Embraer. E ele defende e sustenta que é importante para a própria democracia você defender a soberania (...). Ele se manifestou também com surpreendente a tranquilidade sobre os eventos do domingo, mas também com um sentimento forte de que  a primeira vez em que há uma brecha na Justiça, que o juiz que era o correto, que tinha competência para agir foi desautorizado por um juiz que está de férias, enfim, ele tem plena consciência dessa coisa toda. Ao mesmo tempo ele tem demonstrado uma grande determinação e também um enorme estoicismo para enfrentar toda essa coisa atual".

Franklin Martins:

"Nós estivemos com o presidente Lula. Ele está bem, tranquilo e falou uma coisa que eu achei muito importante: 'eles não querem apenas me manter preso, eles querem me calar, impedir que o povo me ouça'. E eles estão enganados se com isso pensam que vão impedir as ideias, porque as ideias viraram parte da experiência do povo durante todos esses anos em que ele e a presidente Dilma governaram o país. O povo melhorou de vida, o país passou a ser mais respeitado, ganhou proeminência no mundo e o povo passou a ver que ele não precisava ser um pária no país dele, que ele poderia ter cidadania e oportunidade. Isso que está aí agora, este governo golpista, só destruiu direitos, destruiu previdência, diminuiu os investimentos sociais, rebaixou o país a uma posição absolutamente secundária. Todas essas ideias estão no povo, então não é impedindo o presidente de falar, de dar entrevista que eles vão impedir suas ideias. O presidente Lula está seguro de que essas ideias estão no povo, estão vindo a tona e vão se tornar mais fortes".

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