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Para Lula, tempo de crise requer soluções arrojadas para retomada do crescimento

Ex-presidente discursou em lançamento de livro que conta parte da história das greves dos metalúrgicos no ABC


Para Lula, tempo de crise requer soluções arrojadas para retomada do crescimento

Lula discursa no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC: "Minha relação com o povo brasileiro tem mais de 40 anos" Foto: Claudio Santos

Em discurso realizado na noite da última sexta-feira, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou a respeito da crise econômica por que passa o país e as possíveis formas de superá-la. 

De acordo com ele, de nada adianta ficar insistindo no discurso da estagnação quando a economia está em baixa, é necessário pensar em soluções arrojadas. “Vou falar uma coisa que alguns vão chamar de loucura. Se o governo pegasse 100 bilhões de dólares da reserva que está gerando juros negativos nos Estados Unidos e investisse só em obras essenciais de infraestrutura: portos, aeroportos.... a gente faria a roda da economia girar e o país voltar a crescer”, disse o ex-presidente.

Lula também falou a respeito do processo a que está respondendo no Paraná, em que procuradores o acusam de ser dono de um imóvel no Guarujá que não está nem nunca esteve em seu nome, além de jamais ter sido utilizado por ele. “Estão acostumados a mexer com político corrupto que tem medo deles. Dessa vez cometeram um erro, mexeram com a pessoa errada. Se um juiz (Sérgio Moro) precisa da imprensa para julgar um cidadão, a pergunta que eu faço é: por que é preciso então um juiz? O que eles estão fazendo é criminalizar por manchete de jornal. Mas o que eles não sabiam é que minha relação com o povo brasileiro não é eventual, já tem mais de 40 anos”, disse o ex-presidente.

Lula esteve no Sindicato dos Metalúrgicos para o lançamento de um livro que conta parte da história das famosas greves do fim dos anos 1970 e início de 1980, em que ele escreve o prefácio.

“Uma classe trabalhadora dotada de valores humanos tão elevados e de uma combatividade tão exemplar como a des­crita neste livro, saberá encontrar o cami­nho para barrar a ofensiva conservadora que pretende anular os avanços sociais dos últimos anos. Que ninguém duvide dessa capacidade”, escreve o ex-presidente.

O livro “A História de Luta dos Trabalhado­res na Ford. São Bernardo do Campo 1981 a 2016”, relata a memória dos 35 anos da formação da 1ª Comissão de Fábrica na montadora. Em 1981, em resposta às 450 demis­sões realizadas na fábrica da Ford em São Bernardo, cerca de nove mil trabalhadores cruzaram os braços lutando pela reinte­gração dos companheiros. Lula sugeriu que dentro da pauta de reivindicações da greve se incluísse a exigência da criação de uma Comissão de Fábrica.

O movimento, que durou cinco dias, conquistou o reconhecimento da Comis­são de Fábrica Provisória com a garantia da implantação da comissão definitiva. O resultado foi a criação da 1° Comissão de Fábrica do ABC, que atualmente é o Sistema Único de Representação, o SUR.

Para contar a história sobre a luta tra­vada nesses anos, os dois companheiros da formação da Comissão, Alberto Eulálio, o Betão e João Ferreira Passos, o Bagaço, organizaram o livro. Com depoimentos de 27 trabalhadores que fizeram parte do passado e do presente na Ford, o livro resgata essa trajetória antes da criação da Comissão até os dias atuais.

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