Os R$ 700 mil registrados na contabilidade do setor de propinas da Odebrecht não têm vínculo com o sítio de Atibaia. É o que mostra o laudo de uma perícia contratada pela defesa do ex-presidente Lula sobre o sistema de pagamentos de propina da empreiteira, enviado à Justiça nesta segunda-feira. Lula é acusado de ter recebido o sítio e obras de melhoria no imóvel como propina de empreiteiras por contratos na Petrobras.

Segundo delação do engenheiro Emyr Diniz Costa Júnior, o dinheiro teria saído do Projeto Aquapolo, uma obra de saneamento no ABC Paulista. Mas, de acordo com a perícia, no sistema contábil da Odebrecht só há registros de que os R$ 700 mil do Aquapolo tiveram como destino o próprio setor de propinas da empreiteira, e não ao sítio de Atibaia, como aponta o delator.

A perícia concluiu ainda que a conta destinatária do valor desviado do projeto era de Emílio Alves Odebrecht e que tinha como movimentações transações de interesses da família Odebrecht, como fazendas, holdings e empresas offshores, que eram controladas por ele e por pessoas próximas.

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