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Política de combate à hepatite é modelo para Américas

Modelo brasileiro para combater doença é exemplo para Américas, diz a Organização Pan-americana da Saúde


Política de combate à hepatite é modelo para Américas

Nos últimos 13 anos, 120 mil casos de hepatite C foram notificados às autoridades brasileiras, mas número deve ser maior, podendo chegar a cerca de 1,4 milhões de pessoas. Foto: EBC

O modelo brasileiro de combate à hepatite C com fármacos de última geração e com fornecimento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é considerado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) um exemplo para os outros países das Américas.

A partir dos resultados apresentados no país, a agência regional da ONU e Estados-membros do Mercosul negociam a compra conjunta de drogas de última geração para o tratamento da doença de forma mais efetiva.

As drogas modernas fornecidas pelo sistema público brasileiro reduzem os efeitos colaterais do tratamento de hepatite C e também o risco de câncer de fígado e cirrose.

Manoel Messias Neris, de 65 anos, é um dos beneficiados por esta política. Morador de Santos, no litoral de São Paulo, ele descobriu que tinha hepatite C em 1992, ao tentar doar sangue. “Eu não havia lido muito sobre a doença e pensava que o tratamento era simples”, lembra o professor e engenheiro paulista, que descobriu ao longo das últimas duas décadas que os medicamentos para hepatite podiam provocar efeitos colaterais dolorosos sem necessariamente trazer a cura.

“Desde fevereiro (de 2016), já não tenho mais hepatite. Desta vez, quase não senti efeitos secundários. Antes, com outros remédios, não podia caminhar bem e agora, posso correr outra vez. Inclusive, eu participei de uma maratona”, conta.

O primeiro tratamento a que se submeteu reduziu suas plaquetas e leucócitos, fragilizando seu sistema imunológico e levando a outras infecções.

Com a segunda terapia, os resultados pareciam positivos, mas a hepatite voltou três meses depois. Manoel tentou outros medicamentos, mas, como a cura não chegava, acabou abandonando o cuidado médico por um período.

Manoel é um dos 120 mil casos de hepatite C notificados às autoridades de saúde do Brasil nos últimos 13 anos. O Ministério da Saúde brasileiro, porém, alerta que o número de indivíduos que têm a doença deve ser bem maior: cerca de 1,4 milhão de pessoas. As regiões sul e sudeste concentram 86% das ocorrências registradas da doença.

Para o representante da Opas no Brasil, Joaquín Molinaa, a incorporação dos novos fármacos nos sistemas de saúde brasileiros obteve resultados “muito otimistas”, que podem servir de exemplo para que outros países das Américas “também enfrentem os desafios de combate à doença”.

Modelo brasileiro

Desde 2011, o SUS oferece testes rápidos para a detecção de hepatite C e cidadãos do país têm direito a tratamento gratuito.

No ano passado, o país passou a fornecer novos medicamentos — Daclatasvir, Simeprevir e Sofosbuvir—a pacientes crônicos da doença.

Os novos fármacos são responsáveis por um aumento de mais de 90% no índice de cura da hepatite. Estimativas que indicam que a terapia demore de três a seis meses para surtir efeito e tem uma taxa de 90% de cura.

Mercosul

Na região, cerca de 7,2 milhões de pessoas vivem com hepatite C crônica. Desse contingente, apenas 25% já recebeu um diagnóstico da doença e apenas 300 mil recebem tratamento.

Com a intermediação da agência regional da ONU, Estados-membros do Mercosul negociam a compra conjunta de drogas de última geração. As quantidades de medicamento deverão ser fixadas pelos governos nacionais, de acordo com a demanda de cada país.

Segundo Molina, a aquisição será financiada pelo Fundo Estratégico da Opas, que também vai apoiar as nações com equipes técnicas responsáveis pelo desenvolvimento de novos protocolos clínicos.

Os medicamentos mais modernos para combater a hepatite C podem beneficiar milhões de pessoas infectadas, pois, não só reduzem o risco de morte por cirrose ou câncer do fígado, como também desencadeiam menos efeitos colaterais.

Conheça a Iniciativa América Latina do Instituto Lula

O governo do presidente Lula (2003-2010) promoveu uma remodelação na política externa brasileira. Nesse processo, os países da América Latina e do Caribe desempenharam papel importante. Enquanto presidente, Lula fez 114 viagens aos países da região, que resultaram num aumento de quatro vezes no saldo comercial com a região, que saltou de cerca de dois bilhões, em 2002, para oito, em 2010.

O Instituto Lula se propõe a trabalhar em prol de uma maior integração latino-americana, uma integração que não se restrinja apenas ao plano comercial e que não seja assimétrica, mas que possa tornar a América Latina e o Caribe um polo de poder, condizente com a nova geopolítica mundial, num planeta que não é mais bipolarizado.

Saiba mais: http://www.institutolula.org/america-latina/iniciativa

Com informações da ONU Brasil https://nacoesunidas.org/modelo-brasileiro-para-combater-hepatite-c-e-exemplo-para-outros-paises-das-americas-diz-opas/

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