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Revolta no Haiti em 1791 marca data de resistência à escravidão

Dia 23 de agosto é o dia internacional para relembrar o tráfico de escravos e sua abolição


Revolta no Haiti em 1791 marca data de resistência à escravidão

Quadro "Batalha em São Domingo", por January Schudolski

Na noite de 23 de agosto de 1791, africanos escravizados iniciaram a Revolução Haitiana,  uma revolta na antiga colônia francesa de São Domingo que culminou com a independência do Haiti. De todas as lutas e revoltas de africanos escravizados, essa foi a única que terminou com a independência de um país, que passou a ser governado por aqueles que estavam submetidos à escravidão. Essa data em agosto foi escolhida para marcar o "dia internacional para relembrar o tráfico de escravos e sua abolição".


Proclamação da abolição nas colônias francesas, 1849, de François Auguste Biard. Reprodução

Do Por Dentro da África:

 A coragem dos homens e mulheres que em agosto de 1791 se revoltaram contra a escravidão no Haiti “criou obrigações para nós”, disse a chefe da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina Bokova, no Dia Internacional para Relembrar o Tráfico de Escravos e sua Abolição, completando que “toda a humanidade é parte dessa história” e dos esforços para a construção de um futuro melhor. 

“A revolta foi um ponto de mudança na história da humanidade, afetando fortemente o estabelecimento de direitos humanos universais, para os quais estamos todos em dívida”, disse as diretora-geral da Unesco em comunicado para o dia lembrado anualmente em 23 de agosto em memória à noite de 1791, quando africanos vendidos como escravos se revoltaram contra o sistema escravocrata para obter liberdade e independência do Haiti, conquistada em 1804. Segundo Bokova, o Dia Internacional foi criado para prestar uma homenagem àqueles que lutaram por sua liberdade e lembrar sua história e seus valores. “A história do tráfico de escravos e da escravidão criou uma tempestade de raiva, crueldade e amargura que não foi até hoje reduzida”, disse a diretora-geral. “Mas a coragem daqueles homens e mulheres criou obrigações para nós”. 

Nesse mesmo sentido, as Nações Unidas proclamaram a Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024). A Unesco colabora por meio de seus programas educacionais, culturais e científicos, de forma a promover a contribuição dos afrodescendentes para construir sociedades modernas e assegurar dignidade e igualdade para todos os seres humanos, sem distinção, segundo Bokova.

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