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'Sem o golpe, governo não faria tantas coisas ruins', diz Ivone Silva

A presidenta dos bancários de São Paulo alerta que a reforma trabalhista fragiliza o poder de negociação dos trabalhadores: "Você acha que o bancário vai conseguir chegar e falar 'quero um aumento de 11%, se não vou embora'? Não existe isso"


'Sem o golpe, governo não faria tantas coisas ruins', diz Ivone Silva

Ivone criticou a forma de atuação do sistema financeiro a favor da privatização dos bancos públicos. 'É hipocrisia'. Imagem: Reprodução/TVT

Da Rede Brasil Atual 

A presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, foi a convidada do programa Entre Vistas, da TVT, desta terça-feira (28). A dirigente sindical abordou a luta contra a privatização dos bancos públicos e o desmonte da legislação trabalhista, através da reforma trabalhista.

Ivone criticou a forma de atuação do sistema financeiro a favor da privatização dos bancos públicos e afirmou que o Estado funciona para os bancos, não para a população. "Nós estamos fazendo uma disputa constante pelo Estado. Este problema é global, mas aqui há uma particularidade, pois sofremos um golpe. Nenhum governo, se não fosse pelo golpe, implementaria tantas coisas ruins. (para a classe trabalhadora)"

Nesta edição, Ivone foi entrevistada pela jornalista da Frente Brasil Popular Ana Flavia Marques, a coordenadora de projetos do Ilú Obá De Min, Baby Amorim, o diretor acadêmico da Faculdade 28 de Agosto, Moisés Marques e pelo professor titular da PUC-SP Luiz Augusto de Paula Souza. A mediação foi da apresentadora Carol Pinho.

A dirigente também explicou a importância de manter os bancos públicos e falou da luta da categoria para conseguir apoio popular à causa. "Nós realizamos diversas audiências públicas, estamos indo às ruas para explicar a importância dos bancos públicos. A população tem entendido isso e nos apoiado. Hoje, o Banco do Brasil financia 70% dos agricultores familiares, enquanto a Caixa financia a política habitacional".

Sobre a reforma trabalhista, Ivone alerta que o setor bancário pode vir a adotar o trabalho intermitente. "Nos cinco primeiros dias do mês, por exemplo, as agências estão mais cheias, então é possível que contratem caixas por hora. Se vai, é outra coisa. O nosso desafio é que isso não chegue em algumas áreas, como a de serviços, porque depois isso vêm para as categorias mais organizadas", diz.

"A reforma trabalhista fala que o trabalhador tem autonomia para negociar com o empregador. Você acha que o bancário vai conseguir chegar no banqueiro e falar 'quero um aumento de 11%, se não vou embora'? Não existe isso".

Ela também alerta que a reforma trabalhista fere a autonomia dos sindicatos, barra a organização e a sustentação financeira das representações de trabalhadores. "Nós defendemos que os trabalhadores têm de decidir a forma de se organizar e se financiar. Os sindicatos decidem, em assembleias, quanto cobrarão na contribuição, mas o Estado através do Ministério Público proíbe. Então, a gente tem liberdade ou não?", questiona.

Entre Vistas recebe semanalmente uma personalidade do contexto nacional ou internacional em áreas como saúde, educação, cultura, política e esporte e é gravado no palco do Tucarena, tradicional anfiteatro da capital paulista nas dependências da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). 

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