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Teatro Oficina contra prisão injusta de Lula

Centenas de pessoas lotaram as galerias do histórico teatro em São Paulo para gritar por “Lula livre”


Teatro Oficina contra prisão injusta de Lula

Dia 25 de abril, dia em que se comemora o aniversário da Revolução dos Cravos, o Teatro Oficina em São Paulo, clamou por liberdade para o preso político Luiz Inácio Lula da Silva. Milhares de pessoas se juntaram ao teatrólogo Zé Celso e ao vereador Eduardo Suplicy, organizadores do ato, para pedir justiça para o ex-presidente.

Em uma noite cheia de surpresas, músicas e discursos emocionados a figura de Lula preencheu a arena do Teatro Oficina e gritos de “Lula Livre” podiam ser escutados de fora do teatro. Frei Betto, amigo antigo de Lula, contou aos presentes que vivenciou as duas prisões de Lula. A primeira, em 1980, quando o metalúrgico foi levado pelo de sua casa pelo DOPS e a segunda que foi levado de seu Sindicato pela Polícia Federal.

“A primeira em 80, eu estava dormindo na casa dele com outros companheiros para protegê-lo quando o DOPS chegou bem cedo e o Lula estava muito mais apreensivo do que senti dessa vez. No sindicato, ele estava indignado, porém tranquilo porque sabia exatamente o que ia fazer”, disse. Para Frei Betto não existem dúvidas de que se trata de uma prisão política. “Lula é um preso político. O que para seus carcereiros é uma prisão comum, na verdade é uma prisão política. Eu estive preso quatro anos, dois como preso político e dois como preso comum e nunca sofri as proibições que o companheiro Lula está sofrendo agora. Ele está numa cela solitária. E quem passou por uma solitária sabe como é difícil lidar com o dia a dia”.

O pré-candidato à Presidência pelo Psol, Guilherme Boulos, fez questão de manifestar sua solidariedade e conclamar todos que defendem a democracia a defender Lula. “A questão de defesa de liberdade do Lula, a questão de rechaçar uma condenação sem provas, não é só de quem vai votar no Lula, não é só de quem é do PT, é de todos que defendem a democracia”. 

Celso Amorim, ex-ministro das relações exteriores do governo Lula, disse que pela segunda vez sente vergonha do Brasil, a primeira durante a ditadura e a segunda agora que um Prêmio Nobel da Paz vem visitar um preso político e é impedido.

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, se emocionou a falar do amigo: “eu levanto toda noite três, quatro vezes, pensando na mais grosseira farsa que estamos vivendo nesse país. Eu asseguro a vocês que o Lula está preso injustamente, ele nunca pediu aquele apartamento, quem o conhece sabe disso”. Okamotto pediu ainda para que “vocês se somem com outros brasileiros para que a gente possa tirar o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva da cadeia”.

Para encerrar a companhia de teatro, Cia do Tijolo, cantou a abertura da peça “Ledores no Breu” inspirada no pensamento e na prática do educador Paulo Freire emocionando ainda mais a plateia.

“Se o mundo ficar pesado, eu vou pedir emprestado a palavra POESIA

Se o mundo emburrecer, eu vou rezar pra chover palavra SABEDORIA

Se o mundo andar pra trás, vou escrever num cartaz a palavra REBELDIA

Se a gente desanimar, eu vou colher no pomar a palavra TEIMOSIA

E se acontecer afinal, de entrar em nosso quintal a palavra TIRANIA

Pegue o tambor e o ganzá, vamos pra rua gritar a palavra UTOPIA”

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