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Brasil também já teve atentado contra vice-presidente


Brasil também já teve atentado contra vice-presidente

Vice-presidente em 1930, Fernando Melo Viana foi alvejado em Montes Claros. Foto: Reprodução Memorial da Democracia - Fundo Correio da Manhã/Arquivo Nacional

A tentativa de assassinato contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, despertou novo alerta sobre as consequências do discurso de ódio na política. Na quinta-feira passada (1º), um brasileiro residente na Argentina disparou o gatilho de uma arma calibre .32 contra a cabeça da vice-presidente. Felizmente, a arma falhou.

Ao contrário do que muita gente pensa, ódio e violência política não são novidade no Brasil. No começo do século passado houve diversos momentos de radicalização, embates armados nas ruas e até um atentado contra um vice-presidente.

No dia 6 de fevereiro de 1930, uma passeata no norte de Minas Gerais terminou com cinco mortos e vários feridos. Entre eles, o vice-presidente. A comitiva do vice-presidente da República, Fernando Melo Viana, se envolveu numa cerrada troca de tiros com apoiadores da Aliança Liberal (partido do candidato oposicionista Getúlio Vargas) em Montes Claros, a mais importante cidade do norte de Minas Gerais. Cinco pessoas morrem na hora e várias ficam feridas, entre elas o vice-presidente.

Não se sabe muito bem como começou o tiroteio. Uns dizem que os participantes da Concentração Conservadora (grupo fundado no estado para fazer frente à Aliança Liberal) saíram em passeata lançando fogos de artifício, confundidos pelos oposicionistas com disparos. Outros afirmam que as balas partiram da casa do líder aliancista na região, João Alves. O certo é que os primeiros tiros foram disparados quando o grupo de Melo Viana passou em frente à residência de Alves. 

Como o presidente de Minas Gerais (o preterido Antônio Carlos Ribeiro de Andrada) apoiava a Aliança Liberal, e o vice-presidente da República (o mineiro Melo Viana) sustentava a candidatura de Júlio Prestes, a Concentração Conservadora tentou incriminar o governo estadual pelo tiroteio. Mas o inquérito policial eximiu o presidente mineiro de qualquer responsabilidade. 

De uma coisa, porém, ninguém tinha dúvida: os ânimos políticos estavam muito exaltados em todo o país.

Para saber mais sobre esse e outros incidentes nessa época tumultuada de nossa história política, visite o Memorial da Democracia, o museu virtual do Instituto Lula e da Fundação Perseu Abramo. 

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