Houve redução de 1,1 milhão de pessoas sem trabalho em 2024 frente a 2023. Rendimento médio do trabalhador também é o melhor da série histórica
Arquivo IBGE
31/01/2025 18:01
O mercado de trabalho brasileiro encerrou 2024 com a menor taxa de desemprego já registrada, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (31) pelo IBGE. A desocupação caiu para 6,2% no último trimestre do ano, consolidando uma média anual de 6,6%.
O índice representa uma queda expressiva em relação a 2023, quando a taxa média de desemprego foi de 7,8%, confirmando a recuperação do emprego no país. Já a proporção de trabalhadores ocupados em relação à população em idade ativa subiu para 58,6%, o maior nível em uma década. Os números refletem um cenário de maior dinamismo, impulsionado pela geração de vagas formais e pelo crescimento da renda.
A estimativa anual do número de empregados com carteira de trabalho assinada cresceu 2,7% no ano e chegou a 38,7 milhões de pessoas, o mais alto da série. Também foi recorde o contingente anual de empregados sem carteira assinada no setor privado, que mostrou aumento de 6%, chegando a 14,2 milhões de pessoas. Já o número de trabalhadores domésticos caiu 1,5%, chegando a 6 milhões de pessoas.
Já o número de trabalhadores domésticos caiu 1,5%, chegando a 6 milhões de pessoas.
O contingente de pessoas que trabalham por conta própria foi o maior da série histórica, com estimativa anual de 26,1 milhões, crescimento de 1,9% em relação a 2023, quando foi de 25,6 milhões. Em relação ao início da série em 2012, quando era de 20,1 milhões, o crescimento foi de 29,5%.
A taxa anual de informalidade passou de 39,2% em 2023 para 39% em 2024, enquanto a estimativa da população desalentada diminuiu 11,2%, alcançando 3,3 milhões de pessoas.
A recuperação econômica, impulsionada por políticas públicas e pelo aumento do consumo, foi determinante para a geração de empregos. Outro fator relevante foi a redução da taxa de subutilização da força de trabalho, que caiu para 15,2%, o menor nível desde 2015. Isso indica que menos pessoas estão subempregadas ou desistiram de procurar trabalho.
O levantamento do IBGE também revelou um avanço no nível de ocupação da população em idade ativa, que atingiu 58,6% em 2024, acima dos 57,6% registrados no ano anterior. Esse crescimento reflete a criação de postos de trabalho em diversos setores da economia.
Além disso, a população desalentada – aqueles que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar emprego – recuou 12,3% em relação a 2023, uma redução de mais de 3 milhões de pessoas.
Considerando apenas o índice do trimestre de outubro a dezembro de 2024, a PNAD Contínua divulgada nesta sexta-feira mostra que a taxa de desocupação (6,2%) ficou estável (-0,2 p.p.) na comparação com o trimestre de julho a setembro (6,4%) e caiu 1,2 p.p. se comparada à do mesmo trimestre de 2023 (7,4%). O resultado é o menor da série iniciada em 2012, considerando os trimestres móveis comparáveis.
A população desocupada foi de 6,8 milhões, também sem variação significativa no trimestre e queda de 15,6% (menos 1,3 milhões de pessoas) no ano. A taxa composta de subutilização ficou em 15,2%, recuo de 0,4 p.p. frente ao trimestre encerrado em setembro e queda de 2 p.p. no ano. Já população subutilizada foi de 17,8 milhões de pessoas, o menor contingente desde o trimestre móvel encerrado em maio de 2015. A taxa de informalidade foi de 38,6%.
Os setores que mais impulsionaram o mercado de trabalho foram:
Construção: crescimento de 5,6% no ano, com a geração de 414 mil novos postos
Indústria: alta de 3,2% (413 mil empregos criados)
Comércio e reparação de veículos: aumento de 2,8% (543 mil)
Transporte, armazenagem e correio: crescimento de 5,2% (296 mil)
Alojamento e alimentação: alta de 4,2% (230 mil)
Setor público e serviços sociais: avanço de 3,8% (690 mil)
A retomada econômica, impulsionada pelo consumo, investimentos e políticas de estímulo, ajudou a expandir o emprego. O setor da construção foi beneficiado por obras públicas e crédito imobiliário, enquanto indústria, comércio e serviços cresceram com o aumento da demanda.
Com informações da Agência Gov e PT Nacional