Em 2017, a colheita de grãos do país alcançou a marca de 232 milhões de toneladas. Em um ano de fraco crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a agricultura funcionou como um “amortecedor” para a economia nacional.
Colheita de soja em fazenda localizada no município mato-grossense de Rondonópolis, um dos principais pólos produtivos do país. Na década de 1990, a cidade chegou a ser denominada capital nacional do agronegócio Foto: EBC/Roosewelt Pinheiro
01/02/2018 09:02
O representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, defendeu nesta semana (23) o papel central do setor agrícola para as atividades produtivas do Brasil. Em 2017, a colheita de grãos do país alcançou a marca de 232 milhões de toneladas. Em um ano de fraco crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a agricultura funcionou como um “amortecedor” para a economia nacional.
Em participação na conferência internacional Fertilizer Latino-Americano, em São Paulo, Bojanic lembrou que, em 2016, o Brasil foi o segundo maior produtor mundial de soja, o terceiro de milho e o nono na produção de arroz. Segundo o representante da agência da ONU, o agronegócio brasileiro representa mais de 30% de todas as exportações nacionais. O setor agrícola responde por metade da demanda de energia no país.
O dirigente da FAO no Brasil lembrou ainda que a produção agrícola brasileira mais do que duplicou desde 1990. Nos últimos anos, também houve uma redução rápida da pobreza e da fome, com a ampliação do acesso aos alimentos por meio de grandes programas sociais.
Como tendências para o Brasil, Bojanic destacou o aumento da demanda por produtos em que o país tem vantagem comparativa, como carne e cereais. O especialista também ressaltou a importância crescente do mercado asiático e, potencialmente, do mercado africano.
O representante da agência da ONU abordou como o Brasil pode adotar padrões mais sustentáveis na produção agrícola. A FAO conta com o guia Save and Grow, que analisa estratégias de sustentabilidade para as principais culturas de segurança alimentar do mundo — milho, arroz e trigo.
Com exemplos da África, da Ásia e da América Latina, a publicação mostra como os sistemas agrícolas baseados em ecossistemas estão ajudando os pequenos agricultores a aumentar a produtividade dos cereais, fortalecer seus meios de subsistência, reduzir a pressão sobre o meio ambiente e construir resiliência às mudanças climáticas.
Bojanic chamou atenção para iniciativas eficazes, como a agricultura de conservação, solo saudável, culturas e variedades melhoradas, gerenciamento eficiente da água e controle integrado de pragas.