Foto: Heinrick Aikawa/Instituto Lula
23/07/2014 14:07
A equipe da Iniciativa África recebeu nessa quinta-feira (17), a visita
do estudante guineense da Universidade Federal do Maranhão, Marcelino Mendes
Soares, para apresentação de seu projeto “Paz pelo futuro das crianças
guineenses”. Ele tem 26 anos e faz pós-graduação em Política Públicas.
Guiné-Bissau é um país de língua portuguesa localizado na costa ocidental da África e tem sua economia baseada na agricultura e na pesca. Com um PIB de apenas U$ 1.200 per capita, é um dos países mais pobres do mundo. A antiga colônia portuguesa conseguiu sua independência em 24 de setembro de 1973, graças à muita luta de seu povo. Porém, sete anos após essa conquista foi registrado o primeiro golpe de estado e desde então o país nunca conseguiu manter um período longo de relativa tranquilidade democrática.
O último golpe de estado, desencadeado pelos militares, aconteceu em 12 de abril de 2012. De lá para cá, Guiné-Bissau viveu um período de transição e graças ao apoio de aliados internacionais, em particular da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, aCPLP, integrada pelo Brasil, conseguiu realizar eleições diretas e democráticas em junho passado. Elas foram vencidas pelos candidatos do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, oPAIGC, que elegeu o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira e o presidente da República, José Mario Vaz.
Para Marcelino, após retomada a trilha da democracia, ainda há um longo caminho a percorrer até a consolidação definitiva da paz. O estudante guineense disse que o apoio de parceiros internacionais é essencial para auxiliar o seu Governo no diálogo com a sociedade civil e fortalecer a democracia e a inclusão social contra os que queiram retroceder nas vias do totalitarismo e da violência.
A campanha que Marcelino propõe, para ser desencadeada pelo governo local e as entidades das sociedade civil, faz a defesa de uma maior participação popular nas decisões governamentais e na definição das políticas públicas.
No Brasil, onde vivem alguns milhares de guineenses, ele quer realizar a “Semana da Diáspora Guineense”, com uma agenda composta por debates sobre a importância do exercício da cidadania e o incentivo às práticas recreativas, esportivas, culturais para as crianças.
A saga de Marcelino em busca de solidariedade para seu país já dura dois anos. Ele vive em São Luís desde 2008. Muito esperançoso e engajado com as lutas do seu povo, ele pretende voltar à Guiné-Bissau assim que terminar seu curso de pós-graduação. Marcelino disse que resolveu vir a São Paulo exclusivamente para visitar o Instituto Lula porque acompanhou nossas atividades pela internet e percebeu o "envolvimento com projetos que priorizam a paz e o desenvolvimento do continente africano".