Os governos de extrema-direita têm como marca registrada a violência, o desrespeito aos direitos dos mais necessitados e à sua liberdade de manifestação. A Argentina, assolada pela presidência de Javier Milei, é mais uma trágica prova disso. 

O Instituto Lula manifesta sua solidariedade ao povo argentino, aos manifestantes feridos e aos mais de 100 detidos no protesto organizado por aposentados, entidades sindicais e integrantes de torcidas organizadas de clubes de futebol na quarta-feira (12).

O ato, realizado nas imediações do Congresso Nacional argentino, em Buenos Aires, reivindicava aumento da aposentaria mínima (cerca de 340 mil pesos, aproximadamente R$ 1.500) e o fim da política de ajuste fiscal de Milei. Cerca de 60% dos aposentados recebem essa pensão mínima. Para agravar a situação, o presidente Milei congelou um bônus de aproximadamente R$ 406 para os aposentados.

As políticas do governo de extrema-direita argentino levaram à perda de 200 mil empregos, além de paralisação de obras públicas e aumento das taxas de pobreza e pobreza extrema. A liberação dos preços dobrou o custo dos medicamentos e de serviços. Os aposentados empunhavam cartazes e gritos de guerra, que diziam que Milei está matando “los jubilados”. 

A polícia não respeitou os idosos e avançou contra os manifestantes em tanques, soltando bombas e dando tiros com balas de borracha. Uma aposentada de 87 anos, identificada como Beatriz Bianco, ficou gravemente ferida após bater a cabeça no chão ao ser empurrada por um policial. O fotógrafo Pablo Grillo, de 35 anos, trabalhava na cobertura quando foi atingido na cabeça por um cartucho de gás lacrimogêneo. Operado com urgência na noite de quarta-feira, o trabalhador está internado em estado grave.

Uma situação inadmissível contra a qual devemos nos manifestar todos os que somos defensores da democracia e dos direitos dos cidadãos, sobretudo os mais vulneráveis.

Diretoria de América Latina e África do Instituto Lula