Organizado por Aaron Schneider, Soberania Popular na Era Digital é resultado de parceria entre Fundação Perseu Abramo, Instituto Lula e Hucitec Editora
Foto: Sérgio Silva
14/03/2024 15:03
No mundo digital, quem tem dados tem tudo. A afirmação é uma das premissas do livro “Soberania Popular na Era Digital”, organizado pelo professor da Universidade de Denver (EUA), Aaron Schneider, e lançado nesta segunda-feira, dia 11, na Fundação Perseu Abramo.
A obra inaugura a série de lançamentos da coleção Novas e Velhas Desigualdades na Era Digital, resultado de parceria entre a FPA, Instituto Lula (IL) e Hucitec Editora. Com prefácio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Soberania Popular é dividido em quatro seções temáticas que reúnem, ao todo, 14 artigos escritos por diversos autores.
Em comum todos eles tocam em pontos fundamentais para entender as transformações nas relações interpessoais e de trabalho no mundo dominado pelas novas tecnologias. “Estamos num momento novo do capitalismo global. Hoje, os dados se transformaram em matéria prima. E quem gera, coleta, armazena e modifica estes dados pode propor o valor que quiser para esta cadeia produtiva”, alerta Schneider.
Para o organizador do livro, esta premissa explica porque empresas como a Uber já começaram a se reposicionar no mercado. “A principal fonte de renda da Uber já não é o transporte. É o fornecimento de dados. Por isso a empresa aceitou pagar um salário mínimo aos motoristas. Porque ela lucra repassando a outras empresas onde vamos e o que procuramos. Com esses dados, é possível definir, por exemplo, onde é melhor abrir uma nova unidade de Starbucks”.
Paulo Okamotto, presidente da FPA, acredita que o livro será um importante material de consulta para entender “como a classe trabalhadora precisa se apropriar dessas novas tecnologias para produzir mais conhecimento e uma sociedade mais justa. Quem quer buscar informações sobre o tema terá um vasto material disponível”, elogia.
Carlos Árabe, responsável pela Diretoria de Estudos, Pesquisas e Editora da FPA, completa: “Precisamos falar sobre o uso de dados na era digital porque se trata de um tema fundamental para a democracia. O livro nos mostra como hoje é feita a produção de conhecimento e como ela interfere em nosso cotidiano”.
Ivone Silva, presidenta do Instituto Lula, também fez paralelo entre a produção de dados e informações com a defesa da democracia, sobretudo de países em desenvolvimento. “Sabemos que as redes sociais foram usadas para atacar a democracia e para propagar ideias fascistas. Temos que sempre nos perguntar: as tecnologias servem para que e para quem?”.
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