Em entrevista concedida para a TV 247, a advogada do ex-presidente Valeska Teixeira Zanin Martins comentou as arbitrariedades e injustiças cometidas na investigação
Valeska Martins, advogada de defesa do ex-presidente Lula. Foto: Paulo Pinto/PT
08/04/2019 16:04
A advogada de defesa de Lula Valeska Teixeira Martins Zanin concedeu uma entrevista, nesta segunda-feira (8), para o canal do ex-senador Lindbergh Farias (PT) e da ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), e destacou a perseguição política ao ex-presidente. “Depois de toda essa investigação, eles tinham certeza de que encontrariam algo, mas não acharam nada. O que deu errado nessa perseguição toda é que o Lula é inocente”, declarou Valeska.
Ao longo do programa ‘À Esquerda’, transmitido pela TV 247, a advogada lembrou ainda que nenhuma prova foi apresentada até hoje. O ex-senador do PT destacou as manifestações por Lula Livre pelo país e em outros países do mundo todo, durante o fim de semana. “O clima de injustiça era muito grande”. O ex-parlamentar acredita, entretanto, que está claro para a população que houve um golpe articulado e que a cassação do mandato de Dilma Rousseff, a prisão do Lula e a eleição de Jair Bolsonaro fazem parte do mesmo processo.
Valeska, por sua vez, apontou que o processo de investigação do Lula foi marcado por arbitrariedades e grosseiras violações dos direitos humanos. “Aquele PowerPoint induz à presunção de culpa, sem nenhuma prova”, lembrou a advogada, referindo-se ao episódio em que o procurador Deltan Dallagnol apresentou uma peça na qual acusava Lula, sem nenhuma prova, de ser o comandante da uma organização criminosa. “Eles fazem um grande show”, completou ela.
“É a mentira predominando. Vivemos um momento de muita intolerância, é isso que vem sendo cultivado”, comentou Vanessa. “Isso tem nome, é fascismo”, completou Lindbergh. Para o ex-senador, Lula é um problema para as elites nacionais, porque tinha um projeto de país para o povo. Na entrevista, ele conta que esteve com Lula e que o ex-presidente afirmou saber disso. “Eu sei porque estou preso, é porque fiz pelos pobres”, declarou o ex-presidente, de acordo com Lindbergh.
Valeska declarou que, ao menos desde 2016, a defesa entendeu que a Lava Jato estava promovendo uma perseguição ao ex-presidente, com o objetivo de deslegitimar o projeto político que ele defende e apagar sua trajetória de líder popular. Cientes das irregularidades e da politização do processo, os advogados recorreram à Organização das Nações Unidas (ONU) para denunciar as violações de direitos humanos.
Além das Cortes Internacionais, a defesa também apresentou recursos às Cortes Superiores (STJ e STF), para que seja afastada a condenação imposta por Moro e pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) a Lula e para que ele seja colocado em liberdade.
Da Redação da Agência PT de Notícias