Nota do Observatório de Políticas Públicas do Instituto Lula sobre os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes
15/03/2018 18:03
Na noite de ontem, a vereadora do Psol Marielle Franco, mulher negra, militante da luta contra o genocídio da população negra e relatora da comissão parlamentar que acompanha a intervenção militar no Rio de Janeiro, foi brutalmente assassinada. A seu lado, o trabalhador Anderson Pedro Gomes, motorista do carro, teve o mesmo destino.
Nossos mais profundos sentimentos aos familiares, amigos e companheiros.
Marielle acabara de sair do evento “Jovens Negras Movendo Estruturas”, na Lapa.
O assassinato infelizmente é cena repetida de uma guerra centenária. Passados 140 anos da abolição, ainda vemos os reflexos do racismo estrutural na política genocida contra a população negra.
Cada vida conta. No Brasil, um jovem negro morre a cada 23 minutos — os números são da CPI do genocídio da juventude negra.Os índices de feminicídio contra mulheres negras nos últimos anos só aumentaram, o processo de encarceramento em massa desde a promulgação da Lei de Drogas vem se acentuando nos últimos anos e nada disso aumentou a segurança da população. Pelo contrário.
A crise da segurança pública no Brasil é um projeto. A intervenção federal militar no Rio de Janeiro demonstra que para proteger poucos e criminalizar e exterminar o todo esse governo golpista não mede esforços.
A execução de Marielle faz parte dessa política genocida.