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PIB cresce 1,4% no segundo trimestre e supera projeções

Comparado ao mesmo trimestre do ano passado, houve um aumento de 3,3%; serviços e indústria impulsionam o crescimento


PIB cresce 1,4% no segundo trimestre e supera projeções

Rovena Rosa/ Agência Brasil


No segundo trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 1,4% frente ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. As altas nos Serviços (1,0%) e na Indústria (1,8%) contribuíram para essa taxa positiva, ainda que a Agropecuária tenha recuado 2,3% no período. Pela ótica da demanda, na mesma comparação, houve altas nos três componentes: o Consumo das Famílias e o Consumo do Governo cresceram à mesma taxa (1,3%, ambos) e a Formação Bruta de Capital Fixo subiu 2,1%. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,9 trilhões no trimestre.


Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 3,3% e foi acompanhado, mais uma vez, pelos Serviços (3,5%) e pela Indústria (3,9%), enquanto a Agropecuária mostrou recuo de 2,9%.


Em artigo no jornal O Globo, a jornalista de economia Miriam Leitão destacou que "No ano passado, o setor agropecuário puxou o bom desempenho. Este ano, a indústria, os serviços e o investimento cresceram. O resultado é espalhado pela economia. Se o resultado tivesse sido impulsionado apenas pelo consumo das famílias ou do governo, haveria preocupação quanto à sustentabilidade desse crescimento. No entanto, quando o investimento se expande mais do que os outros componentes, isso é um sinal muito positivo".


Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, observa que “com o fim do protagonismo da Agropecuária, a Indústria se destacou nesse trimestre, em especial na Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e na Construção”.


Na análise do PIB pela ótica da demanda interna, os três componentes (Consumo das Famílias e do Governo e a Formação Bruta de Capital Fixo) cresceram nas três comparações, incentivados pelas condições do mercado de trabalho, pelos juros mais baixos e pelo crédito disponível, entre outros fatores.


Segundo Rebeca, contribuíram, ainda, para a performance dos componentes da demanda, “a alta dos investimentos, beneficiados pelo crescimento da importação e a produção nacional de bens de capital, o desempenho da construção e, também, o desenvolvimento de software. Além disso, ao contrário do ano passado, o setor externo tem contribuído negativamente para o crescimento da economia”.


PIB acumula alta de 2,5% em quatro trimestres

O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, cresceu 2,5%. Nessa comparação, houve altas na Indústria (2,6%) e nos Serviços (2,6%) e estabilidade na Agropecuária (0%). Mais uma vez, todas as atividades do setor de Serviços mostraram taxas positivas nessa comparação, enquanto as altas mais destacadas na indústria foram de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (7,3%) e das Indústrias Extrativas (6,2%).


Pela ótica da demanda interna, a Despesa de Consumo das Famílias (3,7%) e na Despesa de Consumo do Governo (2,4%) mostraram taxas positivas. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (-0,9%) recuou nessa comparação pelo quarto trimestre consecutivo.


“Crescimento equilibrado”

Há duas semanas, em entrevista ao jornalista Luis Nassif, da TV GGN, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, já antecipava a expansão da Indústria e dos Serviços, puxados pelo aumento da renda das famílias e pelo acesso ao crédito. Esse cenário é fruto das políticas implementadas pela administração Lula.


“Vamos lembrar que, no ano passado, nós tivemos o maior crescimento da renda do trabalho desde o Plano Real. Isso não é pouca coisa. No primeiro ano do novo governo Lula, o trabalho crescendo acima de 10%, taxa de desemprego em valores bastante reduzidos, bastante baixo”, elencou Mello.


O secretário da Fazenda aposta em um crescimento “mais equilibrado” da economia brasileira em 2024. “Eu acho que nós vamos ter um crescimento robusto e mais equilibrado, com uma participação maior, do ponto de vista da oferta, da Indústria e do setor de Serviços. E do ponto de vista da demanda, uma participação mais forte dos investimentos. Esse é o nosso grande desafio: combinar crédito e esse crédito virar investimento.”


Com informações de IBGE, Agência Gov e pt.org.br 


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