A série online “O Brasil de amanhã” publica artigos de economistas colaboradores do Instituto Lula sobre temas como desmonte do BNDES, privatização, bancos públicos e política industrial
Símbolo da soberania nacional, Petrobras é alvo da senha privatista e um dos temas principais do debate (Divulgação/Agência Petrobras)
05/03/2018 14:03
O coletivo de economistas colaboradores do Instituto Lula divulga, desde o dia 16 de fevereiro, cerca de dois artigos inéditos por semana sobre vários temas em pauta no país a partir do golpe parlamentar que destituiu a ex-presidenta Dilma Rousseff e a desconstrução do Estado pelo governo de Michel Temer.Desmonte do BNDES, privatização de setores da Petrobras ou de empresas a ela ligadas, bancos públicos, política industrial, câmbio, soberania nacional em xeque e terceirização estão entre os temas da série online “O Brasil de amanhã”. Os textos apontam problemas, propostas, ideias e perspectivas para os próximos anos.
A série se iniciou com artigo do ex-presidente do PT, Rui Falcão, sobre a democratização das comunicações no país. "Atuar para democratizar a comunicação do País é um elemento estratégico para a defesa da própria democracia", afirma Falcão.
O professor do Instituto de Economia da Unicamp Ricardo Carneiro comenta o “Crescimento e inclusão social no Brasil”, texto dedicado in Memoriam a Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Carneiro lembra que a economia brasileira voltou a crescer a taxas significativas entre 2004 e 2013, em comparação ao desempenho medíocre do período anterior. “O dado mais eloquente para traduzir esta trajetória é o do PIB per capita: entre 1980 e 2003 ele cresce apenas 6% , contrastando com o aumento de 30% entre 2004 e 2013, um incremento anual de 2,6%”, escreve.
O economista Jorge Mattoso, presidente da Caixa Econômica Federal no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, no artigo "Para que bancos públicos federais de varejo?", coloca em discussão o papel dos bancos públicos federais que ajudaram no desenvolvimento econômico e social do país a partir de 2003, ano do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em sua colaboração, o também economista Ernani Teixeira Torres Filho discute “A crise do BNDES: como evitar sua desmontagem”. Para ele, “nos dois últimos anos, a rota de expansão que a instituição seguiu desde 2008 foi revertida e deu lugar a um processo de rápido encolhimento, que ameaça sua sobrevivência em um prazo relativamente curto”.
Autor do quinto e último entre os textos já publicados, o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, põe em debate os “Desafios para enfrentar a agenda de redução do custo do trabalho no Brasil”.
Em abordagem ampla, ele trata das transformações do capitalismo e as questões trabalhistas nos contextos de vários países do mundo. “México e Brasil romperam em 2017 as frágeis portas da proteção social e laboral na América Latina e incentivaram novas frentes reformistas neoliberais da legislação laboral que já se implantaram em países como Argentina, Bolívia, Peru, Chile, entre outros”, opina.
Segundo o Instituto Lula, a série inteira deve ter em torno de 12 a 15 artigos.
Abaixo, os links dos textos já divulgados, na ordem de publicação.
:: Democratizar a comunicação (Rui Falcão)
:: Crescimento e inclusão social no Brasil (Ricardo Carneiro)
:: Para que bancos públicos federais de varejo? (Jorge Mattoso)
:: A crise do BNDES: como evitar sua desmontagem (Ernani Teixeira Torres Filho)
:: Desafios para enfrentar a agenda de redução do custo do trabalho no Brasil (Clemente Ganz Lúcio)
:: Sem indústria dinâmica e inovadora não há desenvolvimento social (Fernando Sarti)
:: Política Fiscal para o desenvolvimento inclusivo (Esther Dweck e Pedro Rossi)
:: Mudanças no setor de Petróleo: Novo Papel da Petrobras (José Sérgio Gabrielli)