Argumento tem sido usado como parte do jogo político para sustentar um projeto de estado mínimo e retirada de direitos
07/06/2020 12:06
O Brasil não quebrou e nem vai quebrar. "Nós temos mais ativos do que dívidas em moeda internacional, não existe nenhuma possibilidade de acontecer uma quebra, como aconteceu nos anos 1980, quando precisamos recorrer ao FMI". O economista e professor da Unicamp Pedro Rossi, que faz parte do Coletivo de Economistas do Instituto Lula, conversou com a Rádio Lula e desvenda o mito que serviu de argumento para campanhas desde o impeachment até o avanço das reformas neoliberais e retirada de direitos dos trabalhadores.
Parte do jogo político
O argumento de que o "Brasil quebrou" ou que "acabou o dinheiro" vem sendo usado para justificar uma série de cortes em investimentos e retirada de direitos dos trabalhadores. Essa ideia de país falido serviu primeiro à campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff, depois para uma série de reformas para destruir a proteção social e diminuir a capacidade de o Estado intervir na desigualdade e nas injustiças brasileiras. A emenda do Teto de Gastos, aprovada logo após a chegada de Temer ao poder, congelou os investimentos em saúde e educação por 20 anos e debilitou a capacidade de o Brasil agir em momentos como o atual, quando uma pandemia expõe a necessidade de investimento em saúde pública. Depois, o mesmo argumento de país falido serviu para a aprovação das reformas trabalhista, previdenciária e para a eleição do atual presidente.
Ouça abaixo a conversa na íntegra: