Os objetivos do acordo são a cooperação no combate à pobreza e realização de estudos conjuntos sobre as oportunidades de cooperação entre países do BRICS
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14/04/2025 15:04
Nesta segunda-feira (14), a presidenta do Instituto Lula, Ivone Silva, assinou o Memorando de Entendimento entre a Academia de Ciências Sociais de Xangai e o Instituto Lula.
O acordo entre as duas entidades visa promover pesquisas conjuntas sobre redução da pobreza, a partir da realização de estudos comparativos sobre estratégias de alívio da pobreza na China e no Brasil, analisando as experiências práticas de ambos os países no enfrentamento da pobreza absoluta e relativa e explorando soluções viáveis.
Além disso, a parceria também vai realizar estudos conjuntos sobre as oportunidades e caminhos para a cooperação entre os países do BRICS, com atenção especial ao desenvolvimento econômico e social, intercâmbios culturais e governança global.
O Secretário Geral Adjunto do Comitê Municipal de Xangai e Conselheiro do Governo Municipal de Xangai, Yan Shuang, destacou que o presidente Lula tem uma reputação sólida e amplo respeito pela população chinesa. Shuang também lembrou que o programa Fome Zero é reconhecido internacionalmente, incluindo a ONU.
“O otimismo em torno da parceria é muito grande, especialmente considerando as semelhanças entre o programa Fome Zero e as iniciativas implementadas na China. Ambos os países compartilham uma abordagem semelhante no tratamento da questão do emprego, considerando-o um ponto de partida essencial para o combate à pobreza", disse Yan Shuang.
Ivone Silva, enalteceu a parceria como uma grande oportunidade de troca e aprendizado com a experiência chinesa. “Um dos principais focos desse acordo é a partilha da experiência chinesa, que tem se destacado em suas estratégias eficazes para erradicar a pobreza. A colaboração entre os dois países permitirá a implementação de práticas bem-sucedidas, proporcionando um intercâmbio valioso de soluções inovadoras e adaptáveis às realidades locais, com a meta de melhorar a qualidade de vida e garantir a segurança alimentar para todos", defendeu Ivone.
O diretor do Instituto Lula e presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, apontou que o modelo econômico da China se diferencia do capitalismo tradicional, especialmente no que diz respeito à arrecadação e distribuição de impostos. No país, o governo central coleta os impostos e os redistribui de maneira mais equitativa entre os distritos, o que fomenta um desenvolvimento mais uniforme. “A proposta de grandes cidades apoiarem as menores é uma estratégia fascinante para combater as disparidades regionais", frisou Okamotto.
O exemplo chinês tem despertado atenção global pela sua notável ascensão em um curto período histórico. O aprendizado sobre como os chineses observam sua longa trajetória e o que aspiram para o futuro é fundamental. Neste contexto, é essencial aproveitar a cooperação entre os países para entender melhor como a China gerencia o progresso social, especialmente na transição de programas sociais para a inserção no mercado de trabalho.
Para a Ana Flávia Marques, diretora do Instituto Lula, “esse intercâmbio de experiências pode resultar em trocas frutíferas para ambas as nações. Em tempos desafiadores, como os atuais, é crucial unir forças e estabelecer parcerias que beneficiem todos os envolvidos. A colaboração produtiva entre os dois países pode abrir portas para um desenvolvimento mútuo, onde as lições aprendidas e as melhores práticas se traduzem em avanços concretos para a sociedade".