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Documentário de Oliver Stone sobre Lula terá três exibições em Cannes

Filme será exibido nos dias 19, 21 e 22 de maio, em uma das mais prestigiadas mostras de cinema do mundo


Documentário de Oliver Stone sobre Lula terá três exibições em Cannes

Foto: Ricardo Stuckert 

A vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já rendeu livros, filme e agora estará no Festival de Cannes, em documentário dirigido pelo premiado cineasta norte-americano Oliver Stone. Lula será exibido em pelo menos três oportunidades durante a mostra internacional, nos dias 19, 21 e 22 de maio, como um dos filmes da Seleção Especial, fora da competição pela Palma de Ouro. Entre os mais importantes do mundo, o festival criado em 1946 ocorre sempre no mês de maio – este ano entre os dias 14 e 25 –, na cidade francesa de Cannes que dá nome à mostra.


O documentário cobre o período entre a prisão política pela Lava Jato, em 2018, até a eleição à Presidência da República, pela terceira vez, em 2022. A relação de amizade entre Lula e Stone permitiu ao cineasta viajar com o presidente e acompanhar sua campanha. Em 2016, o cineasta entrevistou o então ex-presidente para o canal Nocaute do jornalista Fernando Morais. Na conversa, Lula relatou ao norte-americano as “combinações perfeitas” que culminaram com o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e a criminalização do Partido dos Trabalhadores.  


Essa criminalização foi destacada por Stone, em entrevista à agência AFP, em março passado. O cineasta falou sobre o documentário Lula e a perseguição judicial, o lawfare, a que o político foi submetido pelo então juiz Sérgio Moro e procuradores como Deltan Dallagnol. “Puseram o Lula na cadeia, ele foi libertado e ganhou as eleições. É uma história boa, mas as pessoas não a conhecem, exceto no Brasil”, afirmou sobre a importância do filme. “Acho que o conceito de perseguição judicial se expandiu por todo o mundo, e tem sido usado para fins políticos, como uma arma. Foi o que fizeram com Lula”.


Cinema e política

Stone, de 77 anos, faz cinema há mais de cinco décadas e já dirigiu várias obras relacionadas à América Latina, a exemplo de Salvador, o Martírio de um Povo (1986) e documentários sobre líderes políticos como Fidel Castro e Hugo Chávez, que classifica como humanistas, assim como o presidente Lula. “Todos são ótimos. Todos são originais, fazendo o melhor que podem pelo seu país.”


Foi duas vezes premiado pela academia de cinema norte-americana com o Oscar de melhor diretor com dois filmes de guerra. Platoon (1986) retrata o conflito entre Estados Unidos e Vietnã. Nascido em 4 de Julho (1989) relata a história de um veterano de guerra que se torna ativista dos direitos humanos. Também foi agraciado com o Oscar de melhor roteiro adaptado por O Expresso da Meia-Noite (1978).


Dirigiu ainda o filme Snowden: herói ou traidor (2016), sobre a trajetória do analista de sistemas de agências de inteligência norte-americanas Edward Joseph Snowden. Ele divulgou documentos secretos sobre as ações de invasão de privacidade do governo dos Estados Unidos em todo o mundo. 


Em As entrevistas de Putin (2017), Stone revela o conteúdo de uma série de 12 entrevistas feitas por ele com o presidente russo. O cineasta também produziu o documentário Ucrânia em Chamas (2016), do cineasta ucraniano Igor Lopatonok.


Numa mensagem enviada a Stone, pelo seu aniversário em setembro de 2020, o presidente Lula elogiou o trabalho do cineasta: “um homem que nunca se satisfaz com narrações e discursos oficiais”, que tem usado sua “própria arte para iluminar histórias não contadas”. 


(Com informações da AFP, Poder360 e Rede Brasil Atual)



 

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