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A cara do Brasil da mudança

1º lugar em Medicina da USP é mulher, negra e estudante de escola pública


A cara do Brasil da mudança

Bruna Sena. Reprodução Facebook

"Vocês vão perceber o que o ser humano é capaz quando é dada a ele uma  oportunidade", disse o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o lançamento do ProUni, em 2005. A oportunidade foi dada e Bruna Sena, de 17 anos, negra, moradora da periferia e estudante de escola pública, não só chegou à universidade, mas também passou em primeiro lugar em Medicina na USP de Ribeirão Preto, o curso mais concorrido da Fuvest 2017.

Defensora do feminismo, do movimento negro e da liberdade de gênero, Bruna sabe da importância de mais oportunidades para os negros no Brasil e acredita que as cotas raciais, sancionada em 2012 pela presidenta Dilma Rousseff, sejam extremamente necessárias para o acesso democrático ao ensino superior.

"Claro que a ascensão social do negro incomoda, assim como incomoda quando o filho da empregada melhora de vida, passa na Fuvest. Não há como concorrer de igual para igual quando não se tem oportunidades de vida iguais", diz a nova universitária.

Assim como milhões de brasileiros, Bruna quebrou o ciclo de ausência de formação superior na família e será a primeira a garantir o diploma universitário, para o orgulho da mãe, Dinália Sena, que sempre priorizou os estudos e a educação da filha. "Tudo na nossa vida foi com muita luta, desde que ela nasceu, prematura de sete meses, e teve de ficar internada por 28 dias. Não tenho nenhum luxo, não faço minhas unhas, não arrumo meu cabelo. Tudo é para a educação dela", conta Dinália, que trabalha como operadora de caixa de supermercado.

A conquista foi possível após Bruna conseguir uma bolsa de estudos em um cursinho popular tocado por estudantes da USP, em Ribeirão Preto. Ela contou também com a ajuda financeira de amigos e parentes, e se preparou muito, ao longo de toda sua vida escolar, apresentando notas sempre acima da média.

Bruna, que compreende o quanto sua mãe ralou para que hoje ela tivesse alcançado esse resultado, afirma que ainda não sabe qual especialidade seguir, mas sabe o caminho que quer trilhar até lá. "Sei que quero atender pessoas de baixa renda, que precisam de ajuda, que precisam de alguém para dar a mão e de saúde de qualidade", garante Bruna.

Educação é investimento
Enem, ProUni, Reuni, SISU, FIES, mais vagas e qualidade nas universidades públicas, mais vagas e qualidade nas universidades privadas, lei de cotas sociais e raciais. Todas essas iniciativas foram fundamentais para a revolução no ensino superior no Brasil e ajudaram a dobrar o número de alunos nas universidades durante os governos Lula e Dilma Rousseff, para mais de 7 milhões.

Apesar de tantos ex-presidentes com diplomas universitários, há muitos anos não se construía uma única universidade federal no Brasil. Os governos de Lula e Dilma quebraram esse jejum e espalharam, ao longo dos últimos 13 anos, 18 novas universidades e 173 novos campus pelo país afora.

"Havia gente que governava o Brasil e achava que quem ia resolver o problema das universidades e das escolas era o mercado. E aí quando nós criamos 18 novas universidades federais, quando  a presidenta Dilma criou o Ciência sem Fronteiras, para mandar milhares de jovens estudarem lá fora, quando ela cria o Pronatec para fazer formação profissional, é importante lembrar que tudo isso é decorrente de uma decisão que nós tomamos: educação é investimento", acredita Lula, o presidente que tinha apenas o diploma de torneiro mecânico do Senai e promoveu a maior revolução no ensino superior brasileiro.  

Como escreveu Bruna em sua conta no Facebook: "A casa-grande surta quando a senzala vira médica". E vai continuar surtando, pois histórias como a de Bruna serão cada vez mais recorrentes no país em que o filho do pedreiro também pode virar doutor.

Para saber mais sobre a revolução no ensino superior do Brasil nos últimos 13 anos, acesse o site do Brasil da Mudança

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