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África e Brasil se reencontram na Unilab

Universidade criada por Lula tem cerca de 3,3 mil alunos brasileiros e africanos


África e Brasil se reencontram na Unilab

Lula durante a formatura da Unilab. Foto: Ricardo Stuckert

Com informações da Agência PT

O ex-presidente Lula deixa a Bahia neste domingo (20), o quarto dia de sua viagem pelo Nordeste. Um dos momentos mais emocionantes e belos até agora foi a colação de grau da segunda turma de Humanidades da Unilab, no campus dos Malês, em São Francisco do Conde. Lula foi escolhido como patrono da turma , que é formada por estudantes brasileiros e africanos.

A Unilab é a Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira e assim como a Universidade Federal da Integração Latino-americana (Unila) foi criada dentro de uma visão de integração internacional do Brasil. Atualmente ambas universidades estão sob ameaça de perder seu caráter internacional.

Além de ser, nas palavras do próprio ex-presidente, "uma maneira de pagar uma pequena parte da dívida que temos com a África, uma dívida de séculos de trabalhadores que deram a vida pelo Brasil sem ganhar nada", a Unilab tem potencial de fortalecer as relações internacionais entre o Brasil e o continente africano. Alunos e alunas formadas em ambos continentes estarão muito mais preparados para enfrentar os desafios e explorar as enormes potencialidades de negócios e trocas culturais entre Brasil e África

Na Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, o Brasil se reencontra com a África, em um contexto de intensa troca de experiências e aprendizado. Com cerca de 3,3 mil estudantes, a universidade é frequentada por alunos do Brasil, Angola, Cabo Verde, Congo, Guiné-Bissau, Moçambique, além de Peru, Costa Rica, Cuba, Portugal, Itália e Alemanha.

Criada em 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Unilab teve seu primeiro campus em Redenção, no Ceará, e depois abriu mais um na cidade de Acarape e em 2014, na cidade de São Francisco do Conde, na Bahia.

Interiorização e internacionalização das universidades públicas

Para a diretora interina do campus de São Francisco do Conde, Fábia Barbosa Ribeiro, “a Unilab é uma universidade única no Brasil, que faz parte de um processo de interiorização, mas também de internacionalização das universidades públicas”.

“Nós temos dentro do projeto da Unilab a reserva de 50% das vagas de nossos cursos, divididos entre os campus do Ceará e São Francisco do Conde na Bahia, para alunos oriundos dos países parceiros”.

Ela destaca que a experiência da Unilab é fundamental. “A universidade trouxe impacto para o município sob todos os aspectos. Primeiro o impacto da integração com os alunos africanos, oriundos de variados países, com uma maioria de Guiné-Bissau e Angola”.

“O impacto foi extremamente positivo do ponto de vista de um olhar para o continente africano, mas também das relações do Brasil com a África. Somos os maior país do mundo em população negra afrodescendente. São Francisco do Conde é o município da Bahia que mais se identifica como negro e pardo”.

“No meio acadêmico a Unilab tem sido muito bem vista como polo de formação de conhecimento e da aplicabilidade da Lei 10.639, que institui o ensino de história e cultura afro-brasileira na educação básica, lei promulgada por Lula”.

Julia Leite/Agência PT

Diretora interina do Campus de São Francisco do Conde, Fábia Barbosa Ribeiro

Para Fábia, o projeto da Unilab é extremamente audacioso e necessário. “Sobre todos os pontos de vista espero que a Unilab seja um projeto longevo e que vem para fortalecer as relações do Brasil com os países parceiros africanos”.

Ela também destaca a importância de Lula para a universidade. “O presidente Lula foi o presidente que trouxe uma visibilidade para a importância da relação do Brasil com os países do continente africano, durante seu governo essas relações foram estreitadas de todos os pontos de vista”.

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