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Brasil perde importância no cenário internacional e "desperdiça seu potencial geopolítico", diz fundação alemã

Avaliação está em relatório produzido por fundação conservadora ligada ao partido de direita alemão CDU


Brasil perde importância no cenário internacional e "desperdiça seu potencial geopolítico", diz fundação alemã

Criada em 2008, a Unasul fortaleceu os laços entre os países sul-americanos. Foto: Ricardo Stuckert

O Brasil perdeu importância no cenário internacional, está desperdiçando seu potencial geopolítico e, de um país que era considerado "global player", está sendo visto como uma nação isolada que coloca em risco suas conquistas políticas e econômicas. É o que revela um relatório produzido pela Fundação Konrad Adenauer, ligada ao partido de direita na Alemanha, União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel.

Para a Fundação, o atual presidente Michel Temer perdeu a credibilidade de governar o país e mantém seu mandato através de manobras políticas questionáveis. "A saída de Temer tampouco parece ser a solução do problema. Seu sucessor seria eleito entre membros de um Congresso em que muitos representantes enfrentam denúncias de corrupção", diz o documento, publicado e divulgado neste mês na Alemanha e no Brasil.

Segundo o relatório, a imagem do Brasil está sofrendo prejuízos rapidamente. "Historicamente, o Brasil tem se envolvido muito com questões internas, e as crises atuais tampouco têm permitido que o país volte sua atenção a acontecimentos além de suas fronteiras.", afirma a Fundação.

O relatório aponta ainda que, por conta da imagem ruim do país no cenário internacional, “é sintomático que a chanceler alemã Angela Merkel (CDU) tenha deixado o Brasil de fora de sua viagem de quatro dias à América Latina, cuja pauta incluía temas relacionados ao G20, grupo do qual o Brasil faz parte".

Com Lula e Dilma, nos tornamos independentes e criamos o Banco dos Brics
O cenário internacional nem sempre foi assim. Nos governos de Lula e Dilma Rousseff, o Brasil venceu o complexo de vira-latas, conquistou soberania e passou a ser respeitado no mundo inteiro.

Se fosse preciso escolher um único fato para definir a política externa do Brasil antes da chegada de Lula à Presidência da República, este seria com certeza o vexame imposto ao ministro das Relações Exteriores do governo FHC, obrigado a tirar os sapatos ao desembarcar nos Estados Unidos, para provar que não era um terrorista carregando explosivos. De lá para cá, a postura do Brasil mudou tanto que o fato mais parece piada.

A dependência ao Fundo Monetário Internacional (FMI) também ficou para trás. Se FHC recorreu ao FMI três vezes, Lula pagou a dívida, e, em 2014, fundamos o Banco dos Brics, um banco de desenvolvimento que é alternativa ao FMI e ao Banco Mundial.

Com Lula e Dilma, o Brasil também estreitou relações diplomáticas, comerciais e militares com a América Latina, a exemplo da participação na criação da Unasul, em 2008, investiu como nunca no continente africano, assumiu o protagonismo na Organização Mundial do Comércio (OMC) e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), além de aprovar na ONU, juntamente com a Alemanha, resolução contra espionagem eletrônica, praticada sobretudo pelos Estados Unidos.  

“A verdade é que nós não éramos levados a sério. Mas nós não éramos levados a sério porque nós não nos respeitávamos. Vamos ser francos: neste país, nós tivemos durante muito tempo uma parte da elite dirigente que tinha complexo de vira-lata.", ressaltou Lula, em 2003, durante uma conferência de política externa.

Para conhecer todos os avanços na política externa dos governos de Lula e Dilma Rousseff, acesse o site do Brasil da Mudança

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