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Pesquisa comprova sucesso de políticas de inclusão

Jovens, negros e vindos da escola pública chegam à universidade e representam bem a cara do Brasil da Mudança


Pesquisa comprova sucesso de políticas de inclusão

Jovens, negros e vindos da escola pública: Jade Araújo, Haron Miquilino e Débora Dias chegam à universidade e representam bem a cara do Brasil da Mudança. Foto: Wanezza Soares/Carta Capital

Os críticos diziam que o nível do ensino ia cair. E que os cotistas, incapazes de acompanhar o ritmo dos colegas, acabariam por desistir de tudo. Anos depois do início de implantação do sistema de cotas sociais e raciais em universidades públicas, no entanto, provou-se que aconteceu exatamente o contrário – a evasão caiu e a qualidade do ensino cresceu. Deu tão certo que virou lei, sancionada em 2012 pela então presidenta Dilma Rousseff.

Há duas semanas, a Carta Capital falou sobre os avanços em decorrência da Lei de Cotas e contou a história de Jade Araújo, Haron Miquilino e Débora Dias, jovens, negros e egressos da rede pública, que conseguiram realizar o sonho de chegar à universidade.  

Além deles, o acesso democrático ao ensino superior no Brasil já virou realidade para outros jovens negros. Um levantamento realizado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) mostrou que a proporção de alunos negros e pardos nas faculdades federais brasileiras cresce significativamente. Segundo o estudo, o número de negros cresceu de 5,90% em 2003 para 9,82% em 2014. Os pardos passaram de 28% para 37,75%. Os dois grupos passaram a representar, juntos, 47,57% dos alunos, um aumento de mais de 10 pontos percentuais.

"Acham que nós, negros, estamos nos vitimizando ao usar ações afirmativas, mas só estamos equiparando uma injustiça histórica”, acredita Jade Maria Araújo, 20 anos, aprovada na Universidade Federal de Alagoas (UFAL) no curso de Engenharia Civil. Já Débora Dias, de 18 anos, passou em três faculdades públicas – Ciências Sociais na Universidade Federal de São Paulo e na Unesp e em Comércio Exterior na Fatec – e sonha em ser diplomata. “Estou matriculada na Unifesp. Meu objetivo é terminar a graduação e prestar o concurso para ser diplomata”, conta.

Haron Miquilino, de 19 anos, notou que tinha algo errado quando começou a frequentar o cursinho pré-vestibular gratuito da Faculdade de Direito da USP. "Poucos vinham da escola pública e, entre esses, a grande maioria era branca, de classe média. Essa percepção me mostrou como nós, negros, precisamos colorir a universidade”, afirma o jovem, aprovado no curso de Relações Públicas das universidades federais de Santa Maria, Paraíba e Goiás.

Além do crescimento de alunos negros e pardos nas faculdades federais brasileiras por conta das cotas, um estudo divulgado esta semana mostra que a qualificação dos formandos que ingressaram no ensino superior por meio de políticas de inclusão social (cotas raciais e sociais, Prouni ou Fies) equivale ou até mesmo supera a de seus colegas.

A pesquisa, realizada por Jacques Wainer, professor titular do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas, e Tatiana Melguizo, professora associada da Rossier School of Education da University of Southern California, comparou o desempenho de mais de 1 milhão de alunos no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), entre 2012 e 2014.

Para o pesquisador, o estudo fornece um importante subsídio para aqueles que procuram critérios mais objetivos sobre as cotas. “Um dos argumentos utilizados no discurso anticotas foi que esse sistema causava uma perda para a sociedade, porque os cotistas tiravam vagas de alunos mais capacitados, e, depois de formados, se tornavam profissionais menos qualificados do que os não cotistas. Até para minha surpresa, nossa pesquisa desmentiu tal hipótese. Se considerarmos que o Enade possa ser um bom medidor da qualificação dos alunos egressos das universidades, deveremos admitir, a partir da sistematização dos dados, que as qualificações de cotistas e não cotistas para o desempenho das atividades profissionais se equivalem”, concluiu Jacques.

Lula e Dilma democratizaram o acesso à universidade
Enem, ProUni, Reuni, SISU, FIES, mais vagas e qualidade nas universidades públicas, mais vagas e qualidade nas universidades privadas, lei de cotas sociais e raciais. Todas essas iniciativas foram fundamentais para arevolução no ensino superior no Brasil e ajudaram a dobrar o número de alunos nas universidadesdurante os governos Lula e Dilma Rousseff, para mais de 7 milhões. Juntos, eles foram responsáveis em espalhar 18 novas universidades e 173 novos campus pelo país afora.

Para saber mais sobre a revolução no ensino superior do Brasil nos últimos 13 anos,acesse o site do Brasil da Mudança.

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