18/04/2019 09:04
Na próxima sexta-feira (19) completam-se 39 anos da primeira prisão de Lula, juntamente com dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em meio à greve da categoria de 1980. Para marcar a data, será realizado um ato no Memorial da Resistência, em São Paulo.
“Eu e outros companheiros montamos um Comitê Lula Livre aqui na rua João Moura, em São Paulo, onde moro. Éramos cinco pessoas, no início, e numa panfletagem que fizemos conseguimos reunir 28 e distribuir mais de mil jornais. Daí resolvemos marcar essa atividade, para lembrar da prisão, num momento em que Lula é de novo um preso político”, afirma Djalma Bom, que foi deputado federal e vice-prefeito de São Bernardo do Campo.
Em 1980, a ditadura buscava acabar com a poderosa greve dos metalúrgicos, um movimento que reivindicava reajuste salarial e reunia assembleias com cerca de 70 mil metalúrgicos no estádio da Vila Euclides. Naquele mês de abril, houve uma sucessão de medidas: no dia 15, o Tribunal Regional do Trabalho decretou a ilegalidade da greve. Dois dias depois, o Ministério do Trabalho interveio em dois sindicatos de metalúrgicos: de São Bernardo do Campo e Diadema e de Santo André, que na época eram separados. Os diretores foram afastados das entidades.
No dia 19 começaram as prisões. Nem assim a greve refluiu, e só terminou em 12 de maio, depois de 41 dias.
Os primeiros a serem presos, às 6 horas da manhã do dia 19 foram Lula, Djalma e Devanir Ribeiro. Depois, houve outras detenções. Eles foram levados para o Dops, a polícia política da ditadura, cuja sede é o local onde hoje funciona o Memorial da Resistência. Os 12 sindicalistas do ABC acabariam ficando na prisão até 20 de maio.
O evento será realizado no dia 19 de abril, 12h, no Memorial da Resistência (antiga sede do Dops), Largo General Osório, 66, bairro de Santa Ifigênia, centro velho de São Paulo.
*As informações são do jornal O Trabalho