O ex-presidente Lula recebeu, nesta segunda (4), o Título de Doutor Honoris Causa pela UFPI pela grande contribuição para a educação no país e no PI
Reitor José Arimatéia Dantas Lopes e Lula. Foto: Ricardo Stuckert
04/09/2017 19:09
A viagem de Lula pelo Brasil continua e na manhã desta segunda-feira (4), o ex-presidente recebeu o Título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Piauí.
“É uma grande honra receber esse título neste estado. Tenho um carinho especial pelo Piauí, porque foi o estado que mais sofreu com preconceito e injustiça da história do Brasil. Por muito tempo, ele foi renegado pelas elites que governavam e foi por isso que, quando assumi, eu comecei por ele justamente para mudar esse cenário. Implantamos o Fome Zero na cidade de Guaribes”, afirmou.
Outros programas também foram implantados na região, como o Luz para Todos e a criação de cisternas.
“Hoje, o Bolsa Família auxilia 1 milhão e 800 mil pessoas no estado e com o Luz para Todos entregamos mais de 40 mil cisternas. Graças a esse programas, as pessoas da cidade e do campo mostraram que eram capaz. A renda média, inclusive, foi a que mais cresceu no país entre 2003 e 2014, com aumento de 110%”, lembrou.
Segundo Lula, o país só conhecia o Piauí como o estado de extrema pobreza.”Tudo o que esse povo precisava era de respeito e apoio para mostrar o seu valor. Eu tenho um motivo especial para me orgulhar deste título de Doutor Honoris Causa, porque vem do estado com a melhor escola pública”, disse.
Lula foi o presidente que mais fez universidades no país. Ele provou que os alunos de escolas públicas podem, sim, aprender e se destacar na educação.
“A UFPI viveu uma grande expansão durante os anos do governo Lula em número de alunos, cursos, mestrandos, e passou de 1 para 10 cursos de doutorado. Lula sempre teve compromisso com a população brasileira. Mesmo sem curso superior, é um dos líderes mais respeitados do tempo contemporâneo”, afirmou o Prof. Dr. Antonio José Gomez.
Reitor José Arimatéia Dantas Lopes, da UFPI, cumprimenta Lula. Foto: Ricardo Stuckert
“Foram 18 universidades e 173 campi no interior dos estados. Quando eu cheguei ao governo, aluno de escola pública nem participava de olimpíada de Matemática. Hoje, o Piauí tem medalhista. Nós incentivamos os jovens de escolas públicas a participarem das olimpíadas de matemática e chegamos a 20 milhões de inscritos. Criamos também as olimpíadas de Português e tivemos cerca de 100 milhões de inscritos”, comemora.
Esse cenário mudou, porque Lula foi o governante que deixou de ver a educação como gasto e, sim, como investimento.
“O Brasil só teve sua primeira universidade em 1922. Parece que a ignorância era uma necessidade da elite para controlar o povo. O investimento em educação é o melhor que você pode fazer: uma vez que a pessoa aprendeu algo, leva isso para sempre”, disse.
Lula ainda lembrou que antes de ser eleito, o governo federal fez uma lei proibindo investimento federal em criação de escola técnica.
“Nós revogamos a lei e fizemos mais escolas técnicas do que eles fizeram em 100 anos. Incluímos estudo da história da África no currículo”, contou.
O ex-presidente também relembrou a criação da Unila e da Unilab. “Nós devemos tanto aos africanos: em nosso jeito de ser, nossa cultura, nossas religiões, além de séculos da vida de trabalhadores. Então nós fizemos a Unilab e destinamos metade das vagas para africanos. Infelizmente ainda há incompreensão e preconceito”.
A Unila também sofre ameaça pela elite brasileira. “Criamos a Unila para receber professores e estudantes latino-americanos e já tem gente querendo acabar com ela”.
O ex-presidente reconhece que a educação ainda pode melhorar muito nesse país e essa é uma luta do povo contra a retirada de direitos dos golpistas.
“A universidade tem a responsabilidade de contribuir para um país cada vez mais justo e de oportunidades iguais, mas ainda falta muito para conquistarmos o que sonhamos para a educação do Brasil. Vocês terão de brigar muito pela educação, porque até o dinheiro do petróleo para educação eles querem acabar”, afirmou.
Da Redação da Agência PT de Notícias