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Caravana "anti-eleitoral" visita zona menos povoada do RS


Caravana "anti-eleitoral" visita zona menos povoada do RS

Campos de Manoel Viana. Foto: Odacir Blanco/Wikimedia Commons

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Segundo dados do IBGE, no Rio Grande do Sul ficam 12 das 150 maiores cidades brasileiras. Juntas, elas somam quase 40% da população gaúcha. A caravana #LulaPeloRS passou ao largo das concentrações urbanas e fez um roteiro "anti-eleitoral", visitando algumas das áreas menos povoadas do país. O ex-presidente retomou a tradição histórica de fazer caravanas com o objetivo básico de ouvir as pessoas e conhecer de perto a realidade das diferentes regiões do Brasil.

Em São Leopoldo, onde uma multidão se reuniu para ouvir o ex-presidente, Lula esclareceu: “Eu resolvi fazer uma caravana não eleitoral, porque se eu quisesse fazer uma caravana eleitoral escolhia as 10 maiores cidades e fazia atos como esse. Escolhi a região menos habitada demograficamente. Algumas daquelas cidades tem mais cavalo e boi do que gente. Óbvio que em algumas cidades tem cavalo que é tratado a aveia e maçã enquanto o filho de trabalhador não come nem uma maçã”.

A viagem do ex-presidente por terras gaúchas desgostou um grupo de ruralistas ultra-conservadores, que seguiram a caravana pelo estado fazendo ameaças e pregando violência contra a comitiva. Esse mesmo grupo estimulou membros do ministério público a ameaçarem reitores e professores que receberam o ex-presidente em escolas muitas vezes criadas por ele.

Lula atravessou mais de 1500 quilômetros em território gaúcho, cruzando regiões agrícolas marcadas por enormes extensões de monocultura e latifúndios. Em boa parte dessas áreas, a densidade populacional é comparável à de zonas desérticas. Não há nem mesmo cobertura de telefonia celular. No Sudoeste Riograndense onde ficam Bagé, Santana do Livramento e São Borja, por exemplo, vivem cerca de 12 habitantes por km2, quase metade da densidade do deserto do Atacama. O estado possui 11 das 150 maiores cidades do país. Das dez paradas que a caravana fez em território gaúcho, apenas São Leopoldo e Santa Maria estão nessa lista das 150 maiores cidades brasileiras. E vale ressaltar que o ato em Santa Maria foi no bairro periférico de Nova Santa Marta, fruto de uma longa luta do movimento por moradia. E, em São Leopoldo, Lula subiu ao palco ao lado de uma "adversária eleitoral", a pré-candidata à Presidência pelo PCdoB, Manuela d'Ávila.

No Instituto Federal de São Vicente do Sul, cidade de 8.400 habitantes, Lula respondeu aos críticos: "Eu estou fazendo essa caravana para ouvir e conversar com as pessoas. Gente, qual o sentido de viajar cinco hora de ônibus pra visitar uma cidade de oito mil habitantes? Se eu eu fosse fazer campanha eleitoral, eu teria de ir pra Pelotas, Caxias, pra Serra Gaúcha".

Contradições

O primeiro ato de protesto aconteceu na Unipampa, em São Borja, onde 40 mil pessoas acompanharam em 2005 o então presidente Lula anunciar a criação da universidade. Foram usados tratores, máquinas agrícolas e guindastes, muitos deles comprados com financiamentos de programas federais de Lula e Dilma.

Incongruência que se repetiu caso do Instituto Federal Farroupilha, em São Vicente do Sul, onde um aluno que odeia Lula admitiu amar a escola criada pelo ex-presidente.

Contradições como essa são uma constante nos protestos contra a caravana. Bombas foram encontradas em uma caminhonete na BR-158, estrada prometida durante 40 anos para a região de Santa Maria, e que foi construída nos governos Lula e Dilma.

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