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Lula recebe homenagem em reconhecimento ao trabalho em prol do Biodiesel


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Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi homenageado nesta quinta-feira (2) pela União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) e pela Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio). As entidades reconheceram o empenho inovador na criação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, em 2004, e no desenvolvimento do programa. A meta inicial era introduzir uma mistura de 2% de biodiesel a todo diesel comercializado no país a partir de 2008. O sucesso da iniciativa permitiu a antecipação de metas e, já em 2010, o percentual na mistura evoluiu para 5%.

Para baixar fotos em alta resolução, visite o Picasa do Instituto Lula.

Miguel Rossetto, presidente da Petrobras Biocombustivel, ressaltou a importância do feito. "Do ponto de vista energético, o Brasil assume uma posição extraordinária no século 21. Poucos países do mundo, mesmo em economias de guerra, foram capazes de fazer o que o Brasil fez, em tão pouco tempo". Rossetto, que foi ministro do Desenvolvimento Agrário durante o governo Lula (de 2003 a 2006), lembrou também que o Biodiesel é apenas parte de um grande programa de energias renováveis e que, no Brasil, "diferentemente do que aconteceu em outros países, desde início ele serviu à inclusão social e à capacidade de desenvolvimento do território como um todo aproveitando, por exemplo, o potencial do semi-árido nordestino para a produção de oleaginosas".

Alberto Broch, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), também se pronunciou no evento e elogiou as políticas públicas e "muito mais do que a política pública, o novo ciclo de participação da sociedade brasileira" criado pelos programas do governo Lula.

A democracia também foi tema lembrado por Erasmo Battistella, presidente da Aprobio. "Este programa tem sido um exercício de democracia. O governo federal sempre esteve com a porta aberta para discutir com toda a cadeia o sucesso e o futuro do programa". Battistella aposta que o país tem potencial para ser líder mundial não apenas no consumo de biodiesel, como já é, mas também na produção.

O ex-presidente agradeceu à homenagem e lembrou que no início do programa a descrença era total e por isso, além de agradecer, os envolvidos agora precisam reivindicar mais e lutar "porque o programa nasceu para crescer". E Lula questionou ainda as mudanças tecnológicas introduzidas pelos fabricantes de motores, que têm encarecido o preço dos caminhões, enquanto o Brasil tem a maior floresta tropical do mundo, que é uma grande sequestradora do carbono emitido pelos motores a combustão. "É justo que nós estejamos nos subordinando à lógica dos fabricantes de motores europeus, que nem tem mais florestas em seus países? E a nossa lógica? Pode ser a de ter caminhões rodando com 100% de biodiesel". Lula encerrou comemorando as mudanças pelas quais o país viveu "as pessoas não se dão conta de que criamos uma Argentina de consumidores em oito anos, introduzimos 40 milhões de pessoas no mercado consumidor. E as pessoas agora querem mais". O ex-presidente disse que agora pretende usar a sabedoria aprendida no cargo para ajudar o país a crescer cada vez mais e "para trabalhar para que Dilma seja eleita de novo presidenta do Brasil".

Também estiveram na mesa Juan Diego Ferrés (presidente do Conselho Superior da Ubrabio) e Odacir Klein, presidente da câmara setorial de oleaginosas e biocombustíveis do Ministério da Agricultura. Na plateia estavam o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), o senador Blairo Maggi (MT-PR) e o presidente nacional do PT, o deputado estadual paulista Rui Falcão, entre outras lideranças.

Ouça abaixo o discurso de Lula no evento: