Pedro Celestino, presidente do Clube de Engenharia, avisa: não é possível manter a paz social no Brasil com essa política de desindustrialização
20/01/2021 14:01
Nesta nova edição do programa Encontros Instituto Lula conversamos com Pedro Celestino, presidente do Clube de Engenharia, que completou 140 anos no mês passado. Celestino, que preside uma associação independente e defensora da engenharia e da indústria nacionais comenta o anúncio de que a Ford deixa o Brasil, depois de uma história de mais de 100 anos no país. Celestino aponta que a montadora norte-americana já vinha enfrentando dificuldades de acompanhar a concorrência, mas não são apenas os problemas internos que levaram a essa decisão. A Ford decidiu manter suas fábricas em outros países do continente, inclusive na Argentina.
Pedro Celestino fala sobre a política deliberada de desindustrialização que está em curso no Brasil. Sem poupar responsáveis, ele aponta falhas que começaram com a indicação de Joaquim Levy como ministro da Fazenda no início do segundo mandato de Dilma, mas que foram aprofundadas e aceleradas após do golpe de 2016.
"Esse movimento de saída da Ford do mercado brasileiro não é um movimento isolado. Ele é fruto do desmonte de uma política industrial que nos colocou entre as maiores economias do mundo. Um desmonte para que voltemos a ser meros produtores de matérias primas e de produtos agrícolas. Isso aí não garante a paz social no Brasil, porque não é possível assegurar a paz social em um país sem que se dê a seu povo a perspectiva de dias melhores, sem que se assegure empregos e empregos de qualidade".
Assista à entrevista na íntegra: