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ʽTemos estrutura para dar respostasʼ, diz infectologista


ʽTemos estrutura para dar respostasʼ, diz infectologista

Estratégia de Saúde da Família do SUS já erradicou epidemias como o sarampo, poliomelite e difteria / Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

Por Pedro Stropasolas, do Brasil de Fato

A pandemia do coronavírus vem levando governos em diferentes partes do mundo a tomarem atitudes drásticas e distintas, tanto no campo da saúde, como na economia. Muitas decisões polêmicas são alvo de críticas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e institutos especializados no tema, devido à falta de embasamento técnico. Na última sexta-feira (27), a prefeitura de Milão chegou a reconhecer que errou ao adotar uma postura de enfraquecimento ao isolamento social na cidade logo no começo da disseminação da covid-19 na Itália. 

Com 3.417 casos confirmados e 92 mortes, segundo última divulgação do Ministério da Saúde, alguns estados brasileiros vêm adotando a estratégia de isolamento social para conter o avanço da nova mutação do coronavírus. 

A quarentena, porém, é constantemente atacada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que chegou a lançar uma campanha nesta sexta-feira (27) contra a medida, intitulada: “Brasil não pode parar”. 

Para Gerson Salvador, infectologista e especialista em saúde pública, nenhum outro líder mundial está lidando de uma maneira tão desqualificada com a pandemia. 

“O presidente tem um papel lamentável em relação a condução da crise. Ele incentiva seus seguidores a terem medidas irresponsáveis, e atrapalha até os setores técnicos de seu governo”, analisa o médico, que hoje atua na Universidade de São Paulo (USP).

Em entrevista para o Brasil de Fato em meio a uma fase de número ascendentes de caso da doença no país, Salvador esclarece a diferença entre os casos no Brasil e na Itália,  as particularidades da testagem rápida, o que se pode esperar da covid-19 daqui pra frente, e uma de suas pautas centrais: a necessidade do fortalecimento do SUS. 

Para o médico, há uma necessidade em distinguir o Sistema Único de Saúde do Bolsonarismo. O SUS, na opinião dele, é uma política de Estado, e que deve ser defendida, por isso é preciso fazer uma análise concreta do discurso de quem desqualifica o SUS.

“Tudo que o neoliberalismo ataca dizendo que é grande demais, que deve ser reformado, que deve ser diminuído, que deve ter corte de gastos, são estes setores que estão dando resposta para a pandemia do coronavírus”, analisa.

Confira a entrevista completa:

Edição: Lucas Weber (BdF)

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