Monitoramento feito por câmeras de vigilância agrava a conformação de cidades desiguais. Instituto Lula debate problemas e soluções para contribuir com melhoria da segurança pública
Divulgação
06/06/2022 16:06
Monitoramento feito por câmeras de vigilância agrava a conformação de cidades desiguais. Instituto Lula debate problemas e soluções para contribuir com melhoria da segurança pública
O projeto de pesquisa e estudo Fronteira Digital, o front-D, do Instituto Lula, realizou nesta terça-feira (7) uma mesa redonda para debater o boletim online “Monitorando a cidade inteligente: câmeras de vigilância, monitoramento e racismo tecnológico”. O vídeo com a mesa redonda será exibido no canal do YouTube do Instituto Lula.
A mediação foi feita pela pesquisadora Aline Miglioli. Para debater esse tema tão caro à sociedade brasileira, o Instituto Lula recebeu a advogada, consultora, professora e pesquisadora em Direito e Tecnologia Bianca Kremer, e o cientista social Pablo Nunes.
Assista ao vídeo no player abaixo:
Do que se trata a mesa redonda?
Os problemas de segurança pública, notadamente nos grandes centros urbanos, se agravam cada vez mais à medida que aumenta a desigualdade social. O monitoramento feito cada vez mais por meio de câmeras de vigilância embute um viés racista que não pode ser tolerado por nenhuma sociedade que se pretenda justa e democrática.
“Neste bate-papo conversamos sobre a tecnologia de monitoramento, seu viés racista, seus problemas pra segurança pública e para a conformação de cidades desiguais e debatemos alternativas”, diz Miglioli.
Leia o boletim na íntegra, abaixo:
Sobre os participantes
A mediadora Aline Miglioli é formada em Ciências Econômicas pela Unicamp, fez seu mestrado em Economia estudando sobre a aplicação do Programa Minha Casa Minha Vida. Atualmente, Aline é doutoranda em Desenvolvimento Urbano e Regional (CEDE/IE - Unicamp), estudando as transformações no mercado imobiliário cubano. Faz pesquisas na área de planejamento urbano, cooperativas, turismo, mercado imobiliário e políticas habitacionais.
Bianca Kremer é professora e pesquisadora. Se dedica ao campo da Teoria do Direito Privado, pensamento afrodiaspórico e decolonialidade. Como advogada e consultora jurídica, atua na área de regulação e novas tecnologias, com enfoque em Direito Civil, Direito Digital, Privacidade e Proteção de Dados, e Propriedade Intelectual.
Já o cientista social Pablo Nunes é doutor em Ciência Política pelo IERJ/UFRJ, coordenador adjunto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania e coordenador do projeto O Panóptico. Pesquisa desde 2018 a adoção de tecnologias de reconhecimento facial pelas polícias brasileiras.
Sobre o front-D
O projeto do Instituto Lula chamado "Novas e velhas desigualdades na era digital no Brasil da terceira década do século 21" conta com o núcleo de pesquisa front-D, dedicado ao mapeamento da fronteira digital, ou seja, o grupo investiga como a tecnologia impacta o cotidiano das pessoas na cidade, na cultura, na saúde, na economia, nas dinâmicas de trabalho e na organização política. O front-D produziu uma série de boletins online apresentando os resultados das pesquisas.
O núcleo publica dois boletins para cada um dos seguintes temas
1. Políticas de cuidado
2. Vida nas cidades
3. Cultura na era digital
4. Pequenos agricultores e plataformas digitais
5. Nova cartografia digital
6. Financeirização e tecnologias digitais no ensino superior
Nos links abaixo, leia e baixe todos os boletins publicados pelo front-D.
Parte 1
1 - O cuidado na agenda política, o cuidado em disputa
2 - Cidades Inteligentes: soluções e desafios para cidades menos desiguais
3 - Cultura e Tecnologia no Brasil recente
4 - Quando os agricultores são impulsionados pela internet na China
5 - A Amazônia entre a terra e as techs nas novas fronteiras digitais
6 - Economia política das tecnologias digitais no Ensino Superior
Parte 2
3 - Tecnologias Digitais, Cultura e Pandemia: fronteiras e desigualdades
4 - O estudo de caso das Vilas Taobao
5. O ambiente entre as tecnologias digitais acionadas por governo e sociedade
6 - Tecnologias digitais no ensino superior: desafios de uma sociedade desigual