O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que os governos nacionais assumam sua responsabilidade no combate à fome, e uma estratégia integrada entre proteção social e apoio à agricultura nesta sexta-feira (5). O ex-presidente falou no encerramento do Fórum de Ministros da Agricultura na Expo Milão 2015, que reuniu autoridades, ONGs e especialistas em agricultura e alimentação. A Expo 2015, a Feira Mundial, tem neste a alimentação como o seu tema principal.
Em seu discurso, Lula disse que melhorar a vida nos países pobres não afeta somente as pessoas desses países, mas em todas as nações. "A cada ano crescem os contingentes de refugiados e de deslocados internos. São pessoas que deixam sua terra, empurradas por violência e conflitos regionais. Acredito que é muito melhor apoiar o desenvolvimento dos países pobres do que fechar as portas dos países ricos à migração".
Lula lembrou os avanços da sociedade brasileira no combate à fome e à miséria, e que o país chegou a ter 50 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da miséria extrema. O ex-presidente disse ainda que seu principal objetivo ao assumir a Presidência do Brasil era acabar com a fome. O programa Bolsa Família foi parte fundamental dessa luta, atendendo mais de 50 milhões. Além dele, foi importante a ampliação do crédito rural, para os pequenos e grandes produtores, ampliando a produção de alimentos. Esforço coroado com a saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU em 2014.
O ex-presidente também defendeu maior cooperação para o desenvolvimento da agricultura e a erradicação da fome na fome na África. “Eu tenho a convicção de que a África, recebendo os estímulos justos e necessários, pode deixar de ser um continente ainda marcado pela fome para se tornar um dos celeiros do mundo. Deixar de ser um problema para se tornar uma grande solução.”