Doe Agora!

A inflação tende a recuar e os preços dos alimentos vão baixar, diz Okamotto

Em entrevista ao Jornal da Gazeta, o diretor do Instituto Lula falou sobre a retomada das políticas públicas e a reconstrução do país no governo Lula


A inflação tende a recuar e os preços dos alimentos vão baixar, diz Okamotto

Reprodução do Jornal da Gazeta 

Presidente da Fundação Perseu Abramo e diretor do Instituto Lula, Paulo Okamotto, em entrevista a Denise Campos de Toledo, do Jornal da Gazeta, falou sobre os desafios da reconstrução das políticas públicas desmontadas pelo governo anterior, novas dinâmicas do mercado de trabalho, feminismo e as perspectivas econômicas e eleitorais para 2026.


O dilema do empreendedorismo

O mundo está se tornando cada vez mais individualista. Essa mudança de comportamento afeta diretamente a política. O cenário econômico e as novas dinâmicas do mercado de trabalho impõem um novo perfil aos eleitores, principalmente aos mais jovens. É preciso estar atento aos novos cenários e anseios do eleitorado. Ciente de que cada vez mais os jovens valorizam o empreendedorismo em detrimento à CLT, Okamotto, entende que para se contrapor a essa visão, a valorização do trabalho formal deve ser uma prioridade do governo nos próximos anos.


“O mundo ficou mais individualista. As pessoas não querem necessariamente um emprego com CLT; querem flexibilidade. Mas se você oferecer R$ 10 mil com carteira assinada, todos vão aceitar. Mas para ganhar menos que isso, muitos preferem ‘bicos’ pela liberdade de horário e a ilusão de ganhar mais”, afirmou. 


Perspectivas econômicas e eleitorais para 2026

O cenário econômico será um dos principais fatores para definir o rumo da disputa presidencial de 2026. Para Okamotto, há razões para otimismo: “Com a queda do dólar, os preços de alimentos como carne e óleo vão baixar. A inflação tende a recuar, e a geração de empregos vai estimular a demanda. Podemos melhorar a vida do povo se produzirmos mais e distribuirmos melhor.”


Ele acredita que a recuperação econômica pode consolidar o apoio popular fortalecer o o governo Lula e o projeto político da esquerda para o Brasil. 


O feminismo e as pautas igualitárias

O avanço de discursos contrários a temas de igualdade social tem sido um obstáculo para governos progressistas. Okamotto ressaltou que o feminismo, por exemplo, precisa ser compreendido de forma mais clara: “Feminismo, ao fim e ao cabo, é as mulheres terem direito ao mesmo salário, poderem trabalhar e dividirem as responsabilidades das tarefas domésticas”


Ele alertou que a resistência a essas pautas muitas vezes vem da forma como são apresentadas, e não necessariamente de uma rejeição à ideia de igualdade.


Sobre a adesão de parte da população a discursos que reforçam modelos familiares tradicionais, Okamotto reconheceu a diversidade de opiniões, mas destacou que a maioria da sociedade defende direitos equivalentes e que esse debate não deve ser abandonado.


Reconstrução pós-destruição 

Um dos principais desafios do governo, segundo Okamotto, é lidar com os estragos deixados nos últimos anos. Ele destacou que Lula assumiu o país com políticas públicas desmontadas e instituições fragilizadas.


“Você não reconstrói isso de hoje para amanhã. O Lula tem feito nos últimos dois anos um trabalho de reconstrução dessas políticas, mas isso não é suficiente. Precisamos mostrar que toda a sociedade ganha quando combatemos a pobreza, melhoramos a saúde e a educação”, esclareceu.


A reconstrução, segundo ele, precisa ir além das políticas públicas e alcançar a cultura política da sociedade, reforçando a importância do Estado na promoção de bem-estar e justiça social.


Assista abaixo à entrevista completa



Com https://pt.org.br/ 


RECOMENDADAS PARA VOCÊ