Moradores do nordeste do Brasil e norte de Minas Gerais atravessaram com menos dificuldades a maior seca da história por meio do programa do governo Lula
18/05/2022 14:05
Moradores do nordeste do Brasil e norte de Minas Gerais atravessaram com menos dificuldades a maior seca da história por meio do programa do governo Lula
Ao contrário do que muita gente imagina, chove no semiárido do Brasil, que abrange grande parte do nordeste e o norte de Minas Gerais. Não chove o ano inteiro, mas nos meses chuvosos é possível estocar água em quantidade suficiente para durar pelos meses secos. Pensando em tudo isso, em 1999, foi criado o Programa Um Milhão de Cisternas pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). Desde 2003, com o governo Lula, o programa recebe financiamento do governo federal.
A ASA entra com o mapeamento das famílias, a técnica da construção de cisternas e o treinamento para guardar e usar a reserva de água. O governo federal entra com os recursos financeiros.
Como é feito
Por meio do Cadastro Único de Programas Sociais do governo federal (que muita gente conhece como o Cadastro do Bolsa Família), o Programa Um Milhão de Cisternas mapeia e entra em contato com as famílias que serão atendidas. As famílias mais carentes têm prioridade na fila, mas a dificuldade de acesso à água também conta.
Por exemplo: se existem duas famílias de baixa renda, mas uma delas vive perto de um açude e a outra mora muito distante de qualquer reserva de água. É essa família que mora distante que vai receber a cisterna primeiro. A família não desembolsa nada nesse processo. É tudo de graça.
O programa oferece os materiais, o projeto, a tecnologia de construção e o pedreiro que vai cavar e instalar a cisterna. Em geral, como contrapartida, a família oferece um dos membros como ajudante de pedreiro. Essa pessoa indicada receberá o treinamento necessário para trabalhar na obra. Mas se a família não puder oferecer ninguém, no caso de uma família de idosos por exemplo, o programa arcará com todos os custos da obra mesmo assim.
Todas as famílias beneficiadas recebem uma cesta de alimentos durante a construção da cisterna, para poderem se alimentar e alimentar os pedreiros e serventes.
Cisternas para consumo e para produção
Inicialmente, todas as famílias recebem uma cisterna de consumo que tem capacidade para 16 mil litros. Essa reserva de água deve ser utilizada apenas para beber e cozinhar. Depois da construção, todas as famílias recebem treinamento sobre como a cisterna funciona e como deve ser o uso da água para que possa durar todos os meses necessários ao longo do ano.
Todas as famílias que receberam uma cisterna de consumo (16 mil litros) tornam-se aptas a receber uma cisterna de produção (52 mil litros) para o cultivo de plantas e a alimentação de animais. Além disso, ao produzir em sua terra, essa família também pode fazer parte do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) criado no governo Lula para que os pequenos produtores possam ter a compra de seus produtos assegurada pelo governo.
Governo Bolsonaro acabou com os investimentos no programa
Nos últimos anos, o governo Bolsonaro praticamente acabou com os recursos destinados para o Programa 1 Milhão de Cisternas. O programa que já chegou a instalar quase 150 mil cisternas em um ano, entregou apenas 8 mil em 2020 e vai entregar apenas 3 mil em 2022. Os dados são do governo federal.
Abaixo, assista o vídeo do canal do YouTube do Instituto Lula contando a história do programa com diversos depoimentos: