16/01/2014 12:01
Trabalhando pelo aprofundamento das relações latino-americanas e por uma integração verdadeira, a Iniciativa América Latina do Instituto Lula promoveu debates e reuniu informações ao longo do ano sobre a integração latino-americana. E encerrou 2013 com a organização de um grande encontro no Chile, em parceria com a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). O seminário “Desenvolvimento e Integração da América Latina” contou com a participação do ex-presidente do Chile, Ricardo Lagos e de 120 lideranças entre sindicalistas, políticos, pesquisadores e representantes de entidades multilaterais da região.
No encontro em Santiago, 120 lideranças politicas, sociais e intelectuais fizeram uma análise atualizada e debateram uma agenda concreta para o desenvolvimento e a integração regional. Discutiu-se francamente a inserção da América Latina na economia mundial; a arquitetura político-institucional da integração; o papel das políticas sociais, especialmente no combate à pobreza; as empresas translatinas; as conexões físicas e energéticas; a cooperação financeira e os mecanismos de investimento; as cadeias produtivas supra-nacionais; os direitos humanos e laborais; a defesa do patrimônio ambiental e da diversidade cultural.
No início do ano, a Iniciativa América Latina do Instituto Lula organizou um amplo debate com intelectuais da América do Sul em São Paulo, para discutir caminhos progressistas para o desenvolvimento e integração do continente. Na oportunidade, o ex-presidente Lula afirmou que “a integração da América do Sul passa por um choque de inclusão, e apontou a burocracia e a falta de conhecimento sobre o tema como dois dos principais entraves”.
Lula visitou, além do Chile, a Argentina, Colômbia, Cuba, Equador, México, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Participou de eventos onde falou do sucesso do Brasil em impulsionar a economia combatendo a pobreza e da importância de se ampliar ainda mais a integração e a cooperação entre os países da América Latina.
Ao todo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou 10 países da região em 2013. Além das atividades de Lula, o diretor do Instituto Lula responsável pela Iniciativa América Latina, Luiz Dulci, e sua equipe, mantiveram contato direto com líderes, forças políticas, intelectuais e movimentos sociais e sindicais de 13 países latino-americanos.
México e Caribe
Em Cuba, Lula participou da 3ª Conferência pelo Equilíbrio do Mundo e pediu o fim do embargo ao país. “Não existe mais nenhuma razão para se manter o bloqueio”, disse. Na República Dominicana, o ex-presidente participou da cerimônia de entrega do Prêmio Nacional da Juventude.
No México, em abril, Lula participou do lançamento da Cruzada Nacional contra a Fome do governo mexicano. O programa foi inspirado no Fome Zero e o presidente mexicano, Enrique Penã Nieto, agradeceu Lula por impulsionar a luta contra a fome. “Vamos começar no México o que o presidente Lula fez no Brasil e faremos de tudo para acabar com a fome entre os mexicanos”, disse.
Países Andinos
Em junho, o ex-presidente fez uma viagem pelos países andinos, passando pela Colômbia, Peru e Equador. Lula se reuniu com os presidentes dos três países, estudantes, movimentos sociais e sindicais, e participou de encontros com empresários. No Peru, ele recebeu a Medalha Cidade de Lima, e também o título honoris causa da Universidade San Marcos, a mais antiga das Américas. No Equador, o ex-presidente participou de um amplo encontro com os movimentos sociais no Teatro Nacional de la Casa de La Cultura, em Quito. E recebeu dois títulos de doutor honoris causa pela Universidad Andina Simón Bolívar e pela Escuela Politécnica del Litoral.
Saiba mais sobre todas as atividades da viagem aos países andinos aqui.
Argentina e Uruguai
Em maio, o Instituto Lula, por meio da Iniciativa América Latina, promoveu na Argentina o encontro “Desafios Brasil-Argentina: Desafio para a integração regional” em parceria com o Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO). Na ocasião, Lula deixou claro que sua preocupação com a integração não acabou após o fim de seu mandato.
Ainda na Argentina, a presidenta Cristina Kirchner chamou Lula de "o melhor amigo" do país. O ex-presidente participou da inauguração da primeira universidade de trabalhadores do continente, em Buenos Aires, e recebeu nove títulos de doutor honoris causa. No Senado, ele defendeu maior atenção dos parlamentos aos acordos internacionais e maior envolvimento das casas legislativas no debate sobre a integração.
No Uruguai, Lula se encontrou com o presidente, José Pepe Mujica, e participou de um debate sobre os avanços e novos desafios dos governos progressistas e do movimento sindical latino-americano.
Leia a entrevista com Luiz Dulci, diretor do Instituto Lula responsável pela Iniciativa América Latina, sobre o trabalho feito em 2013 e as perspectivas em 2014
1) Qual a atividade principal da Iniciativa América Latina do Instituto Lula?
R: Nosso objetivo é contribuir para o avanço da integração latino-americana. Todas as nossas ações são voltadas para este fim: reuniões, encontros, seminários, pesquisas, produção de textos, viagens, contatos políticos, participação em eventos de terceiros etc. Temos procurado estimular no Brasil e nos outros países debates e ações práticas que fortaleçam a unidade política, social, econômica e cultural da região. Constituímos – e essa talvez seja a nossa principal realização – uma rede bastante ampla de interlocutores e colaboradores, envolvendo líderes políticos, dirigentes sociais e alguns dos maiores intelectuais da América do Sul, da América Central e do Caribe. Propiciamos diversos momentos de intercâmbio e reflexão coletiva. Lula tem dito que necessitamos de um pensamento estratégico sobre a integração, do qual se extraia uma agenda concreta capaz de acelerar o processo. Já dispomos de um acúmulo razoável nessa perspectiva. Em 2014, poderemos dar um salto de qualidade nesse trabalho, apresentando seu produto aos governantes e aos organismos multilaterais da América Latina.
Outra coisa muito importante que fazemos é preparar politicamente as viagens de Lula pela América Latina. Basta dizer que, desde que deixou a presidência, ele já fez 29 viagens a países da região, e em todas elas, além de reunir-se com os chefes de Estado, reuniu-se também com sindicalistas, cientistas, empresários e jovens para debater os desafios do desenvolvimento compartilhado e da integração regional.
2) Quais serão os desafios para 2014?
R: O ideal é que toda essa reflexão acumulada, e a articulação política que se deu em torno dela, sejam consolidadas num instrumento de intervenção intelectual e mobilização política. Não sendo órgão governamental, o Instituto Lula não pode e não quer, naturalmente, substituir os governos nacionais e a sociedade civil de cada país, nem tampouco os órgãos multilaterais da região. Mas pode sugerir, propor, estimular e induzir. A partir de 2014, nosso trabalho será voltado sobretudo para a apresentação de propostas aos atores políticos, econômicos e sociais.
3) Como a experiência brasileira contribuiu para a união dos países da América Latina?
Nunca se trata, em matéria de integração, de exportar modelos. Todas as experiências nacionais são relevantes para a união entre países. E, felizmente, a região conta com políticas públicas criativas em vários países e possui diversos chefes de Estado e líderes políticos de grande envergadura. É claro que Hugo Chaves e Néstor Kirchner fazem muita falta, mas foram substituídos por presidentes progressistas comprometidos com a integração soberana dos nossos povos. Mais do que a nossa experiência interna, a principal contribuição brasileira foi o extraordinário investimento político e econômico de Lula e Dilma no resgate do Mercosul e na criação da Unasul e da Celac. O maior aporte do Brasil, na minha opinião, foi a decisão estratégica de associar seu destino ao dos países vizinhos.
4) Há alguns anos cresce o número de governos de esquerda em países da América Latina. Em sua opinião, a que se deve esse fato?
É verdade. Nos últimos 10 anos, a maioria dos países da América Latina passou a ter governos de esquerda ou de centro-esquerda, isto é, progressistas, cujas gestões garantiram importantes conquistas sociais, econômicas e políticas para os seus respectivos povos e para toda a região. Acho que isso se deve à conjunção de dois fatores: de um lado, o fracasso histórico do neoliberalismo, que debilitou as oligarquias dominantes; de outro, a aposta das esquerdas e dos setores populares na via democrática e na disputa eleitoral. As esquerdas latino-americanas evoluíram muito, sem mudar de lado, e se demonstraram capazes não só de ganhar eleições, mas de governar com eficiência, promovendo a retomado do desenvolvimento e ousadas políticas de distribuição de renda e inclusão social. É por essa razão que, na maioria dos países, os governos progressistas estão sendo reeleitos, apesar da brutal oposição conservadora. Nunca a esquerda fez parte de tantos governos na América Latina. Esse é um trunfo para o avanço da integração.
Veja aqui todos os links das viagens por países latino-americanos em 2013.
ARGENTINA
Lula recebe o 9º título de doutor honoris Causa na Argentina
Lula faz parte de grupo “fundamental” para integração do continente, diz reitora da Universidade de Lanús
O diálogo pela integração latino-americana deve partir também do legislativo
Lula recebe oito títulos de doutor honoris causa na Argentina
“O sindicato além de fazer greve e manifestação, agora também faz universidades”, diz Lula na Argentina
Cristina Kirchner apresenta Lula como “melhor amigo da Argentina”
Lula participa de inauguração de universidade de trabalhadores em Buenos Aires
CHILE
Ex-presidente participa do seminário “Desenvolvimento e Integração da América Latina”, em Santiago do Chile
Seminário no Chile debate integração
Sebastián Piñera recebe Lula em La Moneda
Lula sabe as mudanças importantes para um país, diz presidenta Bachelet
Lula se reúne com Bachelet no Chile
Instituto Lula promove seminário no Chile
COLÔMBIA
Paz e integração latino-americana são temas de encontro entre Lula e prefeito de Bogotá
Lula e prefeito de Bogotá discutem cooperação em políticas públicas
Lula janta com vice-presidente da Colômbia
Lula se reúne com o presidente colombiano Juan Manuel Santos
“Espero seguir seu exemplo e tornar a Colômbia um país mais justo”, afirma Santos a Lula
CUBA
Transcrição da primeira parte do discurso de Lula na 3ª Conferência pelo Equilíbrio do Mundo
“Não existe mais nenhuma razão para se manter o bloqueio”, diz Lula em Cuba
Em Cuba, Lula se encontra com filha de Chávez
EQUADOR
Lula se reúne com presidente equatoriano Rafael Correa
Em Quito, Lula recebe a Condecoração da Ordem Nacional de San Lorenzo
“Os pobres deixaram de ser problema e passaram a ser solução na América Latina”, diz Lula em Quito
Presidente do Equador diz que Lula é grande artífice da integração da América Latina
No Equador, Lula recebe dois títulos de doutor honoris causa por exemplo à integração latino-americana
MÉXICO
Lula em entrevista a TV mexicana: “coloquei o combate à fome como uma obsessão na minha vida”
Lula no México: “Eu vim aqui dar um testemunho. É possível acabar com a fome do mundo”
PERU
Em Lima, Lula se encontra com presidente peruano Ollanta Humala e primeira-dama Nadine Heredia
“Sozinhos, podemos ser mais rápidos, mas juntos podemos avançar mais longe”, diz presidente do Peru sobre integração
Por trabalho pela democracia e igualdade, Lula recebe Medalha Cidade de Lima
No Peru, Lula recebe honoris causa da universidade mais antiga das Américas
Jogador Paolo Guerrero visita Lula em entrega de título de doutor honoris causa, em Lima
“Nós podemos construir um novo modelo de integração”, afirma Lula em Lima
Lula incentiva jovens peruanos a participar da política
Ao lado da primeira dama e do presidente peruanos, Lula visita obra de porto e conversa com trabalhadores
REPÚBLICA DOMINICANA
Lula se encontra com o ex-presidente dominicano Leonel Fernández
Na República Dominicana, Lula envia mensagem de esperança a juventude