Senadora e deputado do Piauí falam sobre suas expectativas sobre a ida de Lula ao Nordeste e lembram das melhorias que o Estado vivenciou
01/09/2017 09:09
No interior do Piauí, o aparelho de som da Caravana da Cidadania, em 1994, quebrou. Em meio a uma feira de uma pequena cidade do interior, Lula subiu no caminhão e falou no “gogó”. Em poucos minutos, uma multidão reuniu-se em torno dele. A recordação é da senadora Regina Sousa (PT-PI), que esteve presente na Caravana da Cidadania, em 1994.
Agora, o ex-presidente se prepara para mais uma viagem pelo Brasil, iniciando pelo Nordeste, a partir da próxima semana. O Piauí receberá o líder nos dias 1 e 2 de setembro, nas cidades de Marcolândia, Picos e Teresina como parte do projeto Lula pelo Brasil.
“O Lula tem um poder mobilizador muito grande. Ele tem uma capacidade muito grande de elaboração e fala de um jeito que o povo entende”, afirma a senadora.
O deputado Assis Carvalho, presidente do PT no Estado, lembra que ao percorrer o Brasil, em 1994, Lula fez um diálogo com os brasileiros, sobretudo os mais pobres, para elaborar um projeto sensível para o país. “Por isso que nasceu o Brasil sem Miséria, o Fome Zero, o Brasil Sem Fronteiras, o Farmácia Popular. Porque ele foi lá no sertão ver o sofrimento das pessoas”, afirmou. Carvalho lembra que a maior parte dos candidatos elabora seus projetos dentro dos seus gabinetes, sem “por o pé na lama”.
“E agora Lula bem mais experiente vai olhar tudo aquilo que implantou e perguntar: qual o passo seguinte?”, afirmou. “A gente não tem que fazer projeto com “achômetro”, mas vendo a realidade com nossos próprios olhos”, disse.
Para a senadora, foi com as caravanas das décadas de 1980 e 1990 que Lula tornou-se a liderança que é hoje. “Quando o ônibus passava por cidades pequenas, a população ficava sabendo e ia toda para a beira da estrada. Era uma confusão”, relembra. Para ela, a caravana será importante para mobilizar as pessoas nessa conjuntura difícil que o Brasil vive hoje.
Piauí
O deputado e a senadora contam que o Estado se transformou nos governos de Lula e Dilma e do governador Wellington Dias (PT-PI). “Se tirar o que Lula e Dilma fizeram fica um deserto. O Piauí era um patinho feio, último colocado em desenvolvimento, já subiu 2 posições graças ao que foi feito por Dilma e Lula”, afirmou.
A senadora destaca as políticas sociais e obras de infraestrutura, como estradas e pontes. “Foi dada uma cara nova ao Estado”, diz.
Além disso, os governos petistas possibilitaram o desenvolvimento de toda uma cadeia produtiva que permitiu o desenvolvimento regional do Estado. “A cadeia do mel, a cadeia do caju, a capinocultura (criação de cabras). E isso deu renda para as pessoas, mesmo aquelas que moram em um local longínquo e de situação de seca”, afirma.
“É com isso que o Estado tem se desenvolvido, é o primeiro na exportação do mel e a cadeia do caju tem dado uma renda muito forte para os pequenos produtores. Todos anos tem crescimento bem acima do nacional”, conta. Carvalho afirma que, com auxílio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, foi construída a Casa Apis (Central de Cooperativas Apícolas do Semi-Árido Brasileiro) para auxiliar e organizar os pequenos produtores de mel – Lula deve visitar em sua passagem por Picos.
Segundo Carvalho, Lula vai inaugurar uma obra que de energia eólica em Aba de Serra, no sertão, que é uma referência para o Brasil e para o Mundo. “Hoje, o Piauí, sem derrubar uma árvore, está construindo energia limpa, vai tá produzindo mais energia que Belo Monte”, afirma. Em parceria com o BNDES e com o setor privado, Lula também investiu em energia fotovoltaica.
Cortes de verba
Segundo os parlamentares, o Estado tem sofrido com o corte de verbas do governo Temer. A senadora explica que um empréstimo da Caixa para o Estado, previsto no orçamento, está emperrado. “Estamos esperando um financiamento para sair na Caixa, não tem nenhum empecilho, só falta assinar”, conta ela. Mas, na visão da parlamentar, o governo golpista está propositalmente travando o aval.
“O Orçamento foi feito a partir desse empréstimo. É uma forma de governar não republicana”, afirma ela.
Segundo Carvalho, o Estado também perde com as transferências voluntárias, e com a redução das compras diretas. “Esse governo cortou na Bahia, no Piauí e no Ceará, coincidentemente os três governados pelo PT. Não é um governo republicano, ele governa como se fosse a sua quitanda”, diz.
Lula pelo Brasil
A viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos estados do Nordeste, entre agosto e setembro, é a primeira etapa de um projeto que deve alcançar todas as regiões do país nos meses seguintes.
Por Clara Roman, da Agência PT de Notícias