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Morre a economista Maria da Conceição Tavares

No então Instituto Cidadania, hoje Instituto Lula, a economista teve papel importante na elaboração de projetos que mais tarde virariam os programas sociais dos governos Lula e Dilma


Morre a economista Maria da Conceição Tavares

Foto: Ricardo Stuckert

Referência do pensamento econômico desenvolvimentista, Maria da Conceição Tavares morreu neste sábado (8), aos 94 anos, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro. A economista se notabilizou pela defesa de uma sociedade mais justa e solidária e formou diversas gerações de economistas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Universidade de Campinas (Unicamp), incluindo nomes como a ex-presidenta Dilma Rousseff.  


Nascida em Portugal, mudou-se para o Brasil em 1954, fugindo da ditadura Salazar. Naturalizou-se brasileira em 1957 e, no Brasil, desenvolveu uma extensa carreira como economista, sendo influenciada pelo pensamento de Celso Furtado, Caio Prado Jr. e Ignácio Rangel.


Publicou centenas de artigos e dezenas de livros, dentre os quais textos clássicos e considerados obrigatórios nos cursos de economia, como o famoso “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil - Da Substituição de Importações ao Capitalismo Financeiro”, obra publicada em 1972. Ganhou o Prêmio Jabuti 1998, na categoria economia.



Nos últimos anos, ganhou fama entre jovens nas redes sociais, com o compartilhamento de vídeos de entrevistas e aulas em que faz discursos enérgicos sobre o processo de industrialização nacional. Ela criticava, por exemplo, a política econômica do regime militar no Brasil. Chegou a ser presa por agentes da ditadura, por 48 horas, em 1974.


Uma voz potente contra o liberalismo econômico, Maria da Conceição Tavares dedicou todo seu pensamento à luta pela justiça social. 


“Uma economia que diz que precisa primeiro estabilizar, depois crescer, depois distribuir é uma falácia. E tem sido uma falácia. Nem estabiliza, cresce aos solavancos, e não distribui. E esta tem sido a história da economia brasileira desde o pós-guerra.” Assim a professora definiu, em 1995, no Programa Roda Viva, da TV Cultura, os problemas que via na economia brasileira. 


No X, o presidente Lula relembrou os momentos que passou com a amiga Maria da Conceição Tavares.


“Tive o prazer e a honra de conviver e conversar muito com minha amiga ao longo dos anos, debatendo o Brasil e os nossos desafios sociais e econômicos no Instituto Cidadania, em conversas no Rio de Janeiro ou em viagens pelo Brasil.” 




Com Agência Brasil 


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